O município de Campos Sales, localizado no extremo sul do Ceará, registrou, nesta segunda-feira (29), rajadas de vento de até 54 km/h, conforme dados do Núcleo de Monitoramento da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
O aumento repentino dos ventos aconteceu entre 7h e 8h da manhã de hoje. De acordo com a Escala de Beaufort, a esta velocidade, a rajada é classificada como vento forte. Entre os impactos estão mar revolto de até 4,5 metros com espuma e borrifos, movimentação de árvores grandes e ainda dificuldade em andar contra o vento.
Segundo o banco de dados da Funceme, esta foi uma das maiores velocidades registradas por uma rajada neste mês entre os municípios monitorados. Até esta segunda, o pico de julho segue sendo 55,8 km/h registrado no dia 21, em Jaguaribe. Em Fortaleza, a maior rajada foi de 45 km/h.
Pelo menos até esta terça-feira (30) são esperados mais ventos fortes. É que o Comando do 3° Distrito Naval da Capitania dos Portos emitiu um alerta de mau tempo com previsão de ventos de direção sudeste a leste, com intensidade de até 60 km/h entre o litoral dos estados do Rio Grande do Norte e do Maranhão.
Em nota, o órgão reforça que pequenas embarcações evitem navegar nestas áreas no período.
No Ceará, as médias mais altas de velocidade dos ventos são comumente registradas entre os meses de agosto e setembro. Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no estado, Campos Sales tem a maior normal climatológica de agosto, com 21,24 km/h.
“Nesta época do ano, o Ceará ‘fica no meio do caminho’ entre a alta pressão do Atlântico sul e a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), fazendo com que os ventos alísios fiquem mais intensos e constantes”, explica o meteorologista da Funceme David Ferran.
Além do aumento gradual da velocidade do ventos, as rajadas, que são eventos pontuais, também costumam ficar mais contínuos, podem chegar aos 60 km/h.
Para quem pratica esportes náuticos à vela, o segundo semestre é a melhor época do ano no estado, que vira um dos destinos mais procurados por windsurfistas e kitesurfistas. Entretanto, para outros grupos, os ventos fortes representam um risco.
Os pescadores de Fortaleza, por exemplo, ficam mais cautelosos por ter mais dificuldades de retornar do mar, pois além de mais intensos, os ventos sopram numa direção diferente, do continente para o oceano.