Chuvas de julho estão 53,9% acima da média

Blog do  Amaury Alencar

O mês de julho deste ano, no Ceará, registrou uma média de precipitação de 23,7 milímetros (mm), até a última sexta-feira (26). Frente ao normal observado de 15,4 mm para o período no Estado, percebe-se um desvio positivo de 53,9% nas chuvas deste mês. As informações foram disponibilizadas pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).


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Trata-se de aumento relativo ao mesmo período de 2018, quando foram observados apenas 13,8 mm, quantia 10,1% menor do que a média elencada pela Fundação. Em comparação com os demais anos da última década, trata-se de um número maior, também, do que o observado nos meses de julho de 2016 (1 mm), 2014 (5,2 mm) e 2012 (6,6 mm). Levando em conta os primeiros 26 dias do mês, no entanto, fica atrás de 2017 (30,8 mm), 2015 (36,5 mm), 2013 (29,7 mm) e 2011 (50,2 mm).

Tiveram as maiores médias os municípios de Guaramiranga (108,5 mm), Pedra Branca (101,9 mm), Pacoti (89 mm), Mombaça (85,1 mm) e Trairi (83 mm). No entanto, o município que apresentou o maior desvio positivo – ou seja, o que teve o maior crescimento entre o total esperado para ele e o total registrado no mês – foi Independência, cujos 30,1 mm equivalem a mais de cinco vezes o que é considerado normal para o município em julho. Também têm destaque, nesse sentido, Senador Sá (56,4 mm), Tamboril (14,4 mm) e Ararendá (28,6 mm), que registraram, cada um, mais de três vezes o normal esperado para o mês.

Entre as macrorregiões cearenses, tem destaque, em números absolutos, o Maciço de Baturité, que registrou média de 39,3 mm de chuva no mês, equivalente a 15,8% a mais do que o normal esperado para a região nesse período. Figuram, em seguida, o Litoral de Fortaleza (com 38,2 mm), a região da Ibiapaba (31,4 mm) e o Sertão Central e Inhamuns (26,7 mm). No caso dessas duas últimas, o registrado foi mais do que o dobro do que se espera em chuvas para o período.
Teve o menor registro a macrorregião do Cariri, com 9,5 mm. A quantia, além de ser menor do que as das demais regiões, também é menor do que o normal esperado para o período no local, de 10,4 mm. Além disso, o Cariri é (junto do Sertão Central e Inhamuns) a macrorregião com a maior quantidade de municípios (7) que não registraram qualquer precipitação durante o mês: Penaforte, Farias Brito, Cariús, Juazeiro do Norte, Jucás, Grangeiro e Caririaçu não tiveram registro de chuva nos postos monitorados pela Funceme. No caso do Sertão Central e Inhamuns, os municípios foram Tarrafas, Salitre, Antonina do Norte, Assaré, Potengi, Saboeiro e Quixelô.
Também não registraram chuva os municípios de Miraíma, Alcântaras, Martinópole, Barreira, Capistrano, Itaiçaba, Icapuí, Hidrolândia e Pentecoste. O Litoral de Fortaleza é a única macrorregião que não apresentou municípios com zero chuva este mês.
Reservatórios
Apesar dos resultados em geral positivos das chuvas durante os últimos tempos, a situação dos açudes no Ceará continua precária. Conforme relatório da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) da última sexta-feira (26), o volume atual dos 155 reservatórios hídricos do Estado é de 3,81 bilhões de metros cúbicos (m³) – equivalente a 20,44% da capacidade total, de 18,62 bilhões de m³.
O ano de 2019, apesar de ter passado da metade há pouco tempo, já apresenta os maiores aportes desde 2012, levando em conta o período de seca vivido pelo Estado durante os últimos anos, principalmente em 2015 e 2016. O aporte total do ano atual até o momento, de 2,82 bilhões de m³, mantém a tendência de crescimento observada já desde 2017.
O mês de julho, ainda que tenha tido resultados de chuva melhores do que os do ano passado, apresentou aportes equivalentes aos de julho de 2018, com ambos os períodos tendo tido 0,01 bilhões de m³. O mês com maiores aportes em 2019 foi abril, com 1,36 bilhões de m³.
Atualmente, quatro açudes estão em sangria: Itapebussu, Jenipapo, Itapajé e Germinal. No total, 35 dos 155 reservatórios (22,6%) estão com volume acima de 90% e outros 76 (49% do total, ou quase metade) estão com volume abaixo de 30%. Desses 76, sete estão secos.
Quadra chuvosa
A precipitação observada durante a quadra chuvosa (fevereiro a maio) de 2019 no Estado do Ceará ficou em torno da média histórica, que se situa entre os limites 505,6 mm e 695,8 mm. O volume médio observado no quadrimestre foi 676,3 milímetros, conforme balanço da Funceme.
Em relação ao desvio referente à média histórica por mês, fevereiro foi o mais chuvoso, com 45,3% acima da normal climatológica, que é de 118,6 mm, seguido de março que ficou com desvio positivo de 15,3%. O mês de abril apresentou um pequeno desvio positivo de 0,9% e, em maio, as chuvas ficaram abaixo da média, com -12,1%. Março e abril são os meses mais chuvosos, segundo a climatologia, com média de 203,4 mm e 188,0 mm, respectivamente; enquanto, em maio, a média mensal é de 90,6 mm.
O quadro pluviométrico observado ultrapassou, ligeiramente, o primeiro prognóstico da Funceme, divulgado em janeiro de 2019, que apontou maior probabilidade de que a precipitação média estadual, acumulada no período de fevereiro a abril estaria na categoria em torno da média.