O governo Bolsonaro se beneficia da aprovação, em
primeiro turno, da reforma da Previdência. "A proposta saiu do governo
dele, então ele se fortalece por tabela, embora não tenha feito o
trabalho de convencimento. Ele opera a liberação das verbas
parlamentares apenas", argumenta o professor de teoria política da
Universidade Estadual do Ceará (Uece), Emanuel Freitas.
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"O
governo Bolsonaro vai contabilizar isso como vitória, apesar de não ter
sido o grande articulador da reforma. Mas quem iniciou a discussão foi o
Planalto, por isso vai ser uma moeda que eles vão utilizar para
atribuir como se fosse um resultado positivo do governo", concorda o
cientista político Cleyton Monte.
Para José
Guimarães (PT), "do governo, o (Paulo) Guedes (ministro da Economia) é o
grande derrotado, porque era o pai do regime de capitalização, que
caiu", explica. "A figura do Guedes foi diminuindo à medida que a
radical reforma da Previdência que ele propôs foi sendo alterada",
corrobora Freitas.
Para os parlamentares, o
sentimento é que o presidente fez pouco pela aprovação. "A única ação do
governo que eu considero decisiva, porque não tínhamos clareza do
placar, foi justamente a liberação de emendas", considera André
Figueiredo (PDT). Guimarães completa: "Não tinha base para apoiar a
reforma", enfatizando afirmando que o comando das articulações ficou a
cargo de Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara Federal. (LB)
O povo