"A Transnordestina está num processo de retirada da
concessão atual para que a gente possa retomar essas obras. Uma parceria
aqui com o Banco do Nordeste (BNB), Superintendência do Desenvolvimento
do Nordeste (Sudene) e Ministério da Infraestrutura. Conversei com o
ministro Tarcísio. Essa decisão já foi tomada", afirmou, durante
coletiva no XXV Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento, na
sexta-feira, 19, em Fortaleza.
A construção está estagnada devido a entraves financeiros enfrentados pela empresa,
como a dificuldade em administrar a verba e obter mais recurso após
diversas revisões no orçamento. A vigência do contrato atual vai até
2023. O empreendimento interligará os portos do Pecém (CE) e Suape (PE) e
a previsão inicial de conclusão era 2010, com 2.304 km de linha férrea,
passando por 81 municípios.
"Tentamos ano passado, ano retrasado, o investimento
não veio, as obras não foram retomadas. Vamos conseguir um outro rumo,
que é fazer uma nova concessão para que a Transnordestina saia e traga o
benefício e toda a qualidade que a gente espera para o transporte",
disse Gustavo.
Recentemente, o presidente da TSLA, Jorge Luiz de
Mello, propôs continuar as obras no segundo semestre deste ano. A ideia
era fazer uma parceria com a empresa italiana Salini Impregilo, que
entraria com R$ 2,2 bilhões. O novo plano foi apresentado ao governo e à
Câmara dos Deputados. O recurso privado seria destinado para a retomada
da linha ferroviária que liga Salgueiro (PE) ao Pecém (CE). O trecho
escolhido busca dar viabilidade econômica para o projeto, por meio do
transporte de minério de ferro produzido em Pernambuco.
No entanto, conflitos de interesse entre os estados estariam emperrando a retomada.
Isso porque a bancada federal pernambucana teria discordado do plano em
razão do ramal do Suape estar previsto somente para 2027, priorizando
assim o Ceará. Para o Heitor Studart, presidente da Câmara Temática de
Logística do Estado e do Conselho de Infraestrutura da Federação das
Indústrias do Ceará (Fiec), o ideal seria o dar continuidade à proposta.
"Uma nova concessão é muito pior. Somente de edital e
processo licitatório, lançamento, audiências públicas, licenças
ambientais, essa burocracia toda leva, no mínimo, dois anos, só para
lançar. "Somos favoráveis a ser acatada a proposta apresentada. Ela trouxe investidor internacional para fazer engenharia com apoio do governo italiano, é uma proposta firme", conclui. Em nota, a Transnordestina Logística (TLSA) não comenta a questão.
No evento do BNB, Romildo Rolim, presidente do banco,
frisou que a instituição já está com uma programação aprovada pela
Sudene, que teve a participação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), há
três meses. "A nossa programação atual é R$ 27,7 bilhões. Fizemos até
ontem R$ 14 bilhões, R$ 13,9 milhões, mas hoje fecha. Está quase todo
comprometido. Certamente a gente atinge essas metas. Em outubro e
novembro atingimos uma velocidade maior".
As revisões do orçamento da Transnordestina
O orçamento previsto já sofreu diversas revisões.
Hoje, o investimento é estimado em R$ 13,6 bilhões, valor que representa
aumento de 21,4% em relação aos R$ 11,2 bilhões anteriores.
o povo