Uma segunda barragem em Pedro Alexandre, no
nordeste da Bahia, apresentou rachaduras ontem. Um alerta foi emitido na
cidade e a população do distrito de Boa Sorte foi removida pelo medo de
enxurrada. Segundo o prefeito de Coronel João Sá, cidade vizinha que
foi a principal atingida pelo rompimento da barragem do Quati, nesta
quinta-feira, 11, a barragem de Sem Terra está "sangrando por baixo".
A
prefeitura mandou uma máquina ao local no final da tarde de ontem para
tentar resolver o problema, mas por segurança os moradores foram
retirados. Não há um número exato de quantas pessoas deixaram suas casas
no povoado.
Por enquanto, em Coronel João Sá, há
cerca de 500 desabrigados, que estão alojados em escolas e ginásios.
Vinte e sete casas foram condenadas e 328 famílias afetadas pelo
alagamento após o rompimento, o que eleva o número de atingidos
diretamente a mil.
"Fomos comunicados que a barragem
dos Sem Terra da Boa Sorte está com uma rachadura grande no paredão.
Nós pedimos ao Corpo de Bombeiros que se dirigisse ao local, o coronel
chegou agora dizendo que tem um grande risco também de ela romper",
escreveu o prefeito em uma rede social. O reservatório também desemboca
no Rio do Peixe. Conforme o prefeito há um agravante: "ele está só a 17
km. Então as águas vão chegar muito mais rápido", estimou.
O
governador da Bahia, Rui Costa, que visitou o local ontem à tarde,
disse que não são realmente barragens, pois são feitas de maneira
privada pelas pessoas da região, sem muito refinamento, e atribuiu o
ocorrido a um "efeito cascata". "O volume de água era muito pequeno e na
verdade o que fez o rompimento não foi a água ali reservada, foi o
colapso de diversos pequenos que virou uma onda por cima daquele
reservatório", diz.
(Clarissa Pacheco, do Correio para a Rede Nordeste)