Na contramão das decisões tomadas pelo
Sindiônibus, o sistema de transporte complementar de Fortaleza terá
novas formas de pagamento até o fim deste ano. Além de dinheiro, os
passageiros poderão embarcar pagando a passagem por meio de cartão de
crédito e débito; ou ainda programas de milhagem e criptomoedas, como o
bitcoin.
A forma de pagamento não atingirá a agilidade na hora
do embarque, de acordo com a Cooperativa dos Transportadores Autônomos
de Passageiros do Estado do Ceará (Cootraps). Os passageiros poderão
pagar de forma autônoma, sem a necessidade de interferência do
motorista.
No caso de cartões de crédito e débito, os usuários
poderão realizar o pagamento por meio do método de aproximação. Após
isso, os passageiros receberão uma confirmação no celular para liberar a
catraca.
Já para usar programas de milhagem ou realizar o
pagamento por meio de criptomoedas, os clientes também usarão o celular.
Por meio de um aplicativo, será gerado um QR Code após a confirmação do
pagamento, que será reconhecido em um aparelho do veículo.
Segundo a Cootraps, o número de usuários que ainda usa
dinheiro no sistema complementar corresponde a 40%, percentual que
equivale ao dobro dos passageiros que usam esse método de pagamento na frota de ônibus.
O argumento da cooperativa é que o pagamento exclusivo
por meio do vale-eletrônico seria uma forma de monopólio das transações
feitas no sistema de transportes. “Essa é uma forma de desburocratizar,
até de trazer mais usuário para o transporte. Esperamos um fluxo maior
de pessoas, a gente vai facilitar para o usuário”, explica Carlos
Robério Sampaio, diretor financeiro da Cootraps.
Para Pedro Henrique Alcino, gerente de projetos da
Cootraps, o uso exclusivo do vale-eletrônico é uma forma de reduzir
custos mediante o esforço do usuário. Ele afirma que pagar a passagem em
dinheiro já é algo que está na cultura do passageiro.
“O uso original foi para possibilitar a integração
entre duas linhas. Se o passageiro usa o mesmo ônibus para percorrer uma
longa distância, não há sentido em exigir o uso do pagamento
eletrônico”, defende. “E esse é o nosso caso, atuamos em várias regiões
de Fortaleza. O passageiro pode sair do Henrique Jorge e ir até o Papicu
com uma mesma passagem, por exemplo”, argumentou Pedro.
o Povo