Esta caminhada marca o interesse da Secretaria Municipal de Educação
assareense em extinguir o preconceito racial, a partir das escolas públicas. O
projeto, que teve à frente a professora Galega Rodrigues, reuniu os seguintes parceiros,
além da educação: Escola Estadual de Educação Profissional Nedina Onofre,
Pastoral da Criança, Núcleo de Cidadania de Adolescente – NUCA, CRAS, CREAS,
CAPS, NASF, Centro Social Maria de Jesus Oliveira e todas as demais secretarias
da Gestão.
O evento foi levado a efeito por uma grande caminhada
envolvendo alunos das escolas públicas, a vice – prefeita professora Maria É, a
Secretária de Educação Eldevanha de Souza, a Coordenadora de Políticas Públicas
e do Selo UNICEF Vandinha Almeida, o articulador do Selo UNICEF no Município professor
Aguinaldo Cândido, a Secretária de Saúde Roberta Norões, o Secretário de Infraestrutura
Dr. Anísio Mota, o Secretário de Cultura Vává Gois, o Secretário da Agricultura
Iésio Cavalcante, a Procuradora do Município Jéssica Leite, funcionários e
populares.
A coordenadora do projeto “Por uma Infância sem Racismo” professora
Galega Rodrigues, ao se pronunciar sobre a campanha, disse:
“Olá
minha gente. Estamos na praça com mais uma campanha para estimular as pessoas a
viverem bem. A campanha que estamos fazendo nesta manhã, através da Secretaria
de Educação e todas as demais pastas da gestão que entram como parceiras, não
está relacionada a alimentação do corpo, mas da alma. Para se viver bem na
comunidade é necessário um corpo são e a alma mais ainda. E como se alimenta a
alma? Ora, isso é muito fácil. Basta usar a razão. E o que é a razão? É a
maneira de conhecer o Mundo através do respeito aos outros, ser amigo, ser
solidário, ser generoso e identificar em cada pessoa que está ao seu redor, a figura
de um irmão. A felicidade mora conosco, desde que se respeite e entenda o modo
de vida do outro.
E uma das maiores agressões que se verifica na humanidade, no
povo brasileiro é o chamado racismo. O racismo é não querer aceitar a cor da
pele morena, principalmente, dos descendentes afros que estão incorporados à
nossa nação desde o século XVI quando se adotou a escravidão negra no Brasil
Colonial.
Houve a libertação dos escravos. Os negros ao invés de serem
acolhidos, foram perseguidos e ainda hoje, o País tem uma grande dívida com
esta raça. O negro já sofreu demais. Pagou com seu sangue o suor que derramou
para fazer do Brasil um grande País. Ele esteve presente em tudo: na lavoura,
na mineração, na exploração extrativista e nas guerras em defesa do solo
pátrio. O negro só não esteve presente nas festas pomposas, nas alegrias dos
brancos. Enquanto o branco se divertia, o negro amargava a prisão e solidão das
senzalas.
Chegou o momento de dá um basta em tudo isso. É vergonhoso
saber que no século 21 o negro ainda seja vítima da terra que ele nasceu e se
criou. Se não existem mais os castigos físicos, mas existem os castigos
psicológicos pela segregação. Mesmo sabendo que hoje somos um País miscigenado,
a maioria de nossa gente ainda coloca a cor como sentença infernal.
Então, minha gente, vamos refletir pela razão. Respondam com
sinceridade: que tipo de mal ou ofensa faz uma pessoa por ser afrodescente ou
ter o sangue indígena ou qualquer outra cor? O que justifica alguém ser
humilhado por conta da cor?
O que identifica uma pessoa é o caráter. O seu estilo de
viver com dignidade, cumprindo com as obrigações para gozar de direitos. A cor
não quer dizer nada. O preconceito de cor faz parte de uma infeliz cultura do
povo brasileiro. Transforme o ódio do preconceito em fazer o bem às crianças.
Vivemos em uma sociedade cheia de males que atingem diretamente ao jovem. Somos
responsáveis pela construção do futuro. Então vamos preparar as crianças de
hoje, para que tenhamos um Brasil solidário, de progresso e paz”.
Na Praça do Mercado, ponto culminante da programação do
projeto Assaré “Por uma Infância sem Racismo” e Por um Futuro Sem Preconceitos,
com as seguintes apresentações:
-Dança Roda Africana com os alunos da Escola Maria Isabel,
coordenado pelo professor Tiago Teles.
-Contação de História: “A Galinha Preta” contada pela
diretora do CEI João Vicente- Professora Jeane Cezário e a professora da Creche
José Daniel- Cristiane Plácido
-Peça Teatral: “Menina Bonita do Laço de Fita” com os alunos
da Escola Maria Isabel e coordenado pela professora Valdelice Rogério.
-Grupo de Capoeira: “Ananias na Ginga do Saber” apresentado
pelos alunos e da Esc. Ananias de Melo e coordenado pelo Mestre Mauricio
Moreira.
– Declamação da poesia
“Nêgo não Nego”, pelo aluno Renato do NUCA.
O evento foi concluído com a fala da Coordenadora das
Políticas Sociais do Município, ativista Vandinha Almeida.