Desmatamento na Amazônia Legal cresce 15% nos últimos 12 meses, aponta instituto

Blog do  Amaury Alencar


As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 135 quilômetros quadrados em julho de 2019.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 135 quilômetros quadrados em julho de 2019. (Foto: Divulgação Imazon)
Nos últimos 12 meses (entre agosto de 2018 e julho de 2019), o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgado pelo Imazon, detectou 5.054 km² de desmatamento na Amazônia Legal. Isso corresponde a um aumento de 15% em relação ao mesmo período analisado anteriormente (agosto de 2017 a julho de 2018).
Em julho de 2019, o SAD detectou 1.287 km² de desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 66% em relação ao mesmo mês em 2018, quando somou 777 km². Os estados mais afetados foram o Pará (36%), Amazonas (20%), Rondônia e Acre (ambos com 15%), Mato Grosso (12%) e Roraima (2%). 
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 135 quilômetros quadrados em julho de 2019, enquanto que no mesmo mês em 2018, a degradação florestal detectada totalizou 356 quilômetros quadrados, uma redução de 62%. Os estados mais atingidos foram Pará (44%), Rondônia (18%), Amazônia (16%), Roraima (11%), Mato Grosso (8%) e Acre (3%).
Desmatamento
No Pará, o desmatamento em julho atingiu maiores proporções nas cidades de Altamira (128 km²) e São Félix do Xingu (96 km²). A Unidade de Conservação mais afetada foi a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu. Além das três áreas indígenas mais desmatadas: as reservas Apyterewa e Trincheira Bacajá, ambas no Sudoeste da região, e a reserva Ituna/Itatá, no Sudeste do estado.
Em Rondônia, o município de Porto velho (78 km²) foi a cidade com a maior área desmatada. As outras duas Unidades de Conservação com maiores proporções de desmatamento no mês foram Florex Rio Preto-Jacundá e Resex Jaci-Paraná, que perderam 40 e 25 km², respectivamente.
SAD
O Sistema de Alerta de Desmatamento é uma ferramenta de monitoramento, baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon para reportar mensalmente o ritmo do desmatamento e da degradação florestal da Amazônia.
Operando desde 2008, atualmente o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM+), Landsat 8(OLI), Sentinel 1A e 1B, E Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condições de nuvens.
Imazon
O Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 29 anos. Por meio do sofisticado SAD, a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal.
A partir desses dados, o instituto fornece mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável.

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