Nezinho não pretende recuar contra André Fernandes

Blog do  Amaury Alencar


Os dois terão audiência de conciliação na próxima terça-feira, 3. O pedetista já adianta que dará seguimento com os processos 
NA ASSEMBLEIA, André Fernandes teve processo aberto por quebra de decoro no Conselho de Ética
NA ASSEMBLEIA, André Fernandes teve processo aberto por quebra de decoro no Conselho de Ética
Se o tensionamento envolvendo os deputados estaduais André Fernandes (PSL) e Nezinho Farias (PDT) diminuiu de intensidade no âmbito da Assembleia Legislativa, o assunto se move externamente. Na Casa, o ouvidor do Conselho de Ética, Romeu Aldigueri (PDT), acolheu denúncias de PDT e PSDB no último dia 20. O novo relatório, este com a punição, pode ser apresentado em até 60 dias.

Contudo, na próxima terça-feira, 3, pedetista e pesselista estarão em audiência de conciliação na 16ª Vara do Juizado Especial Cível, no Fórum Clóvis Beviláqua. Na ocasião, poderão discutir a viabilidade de as pazes serem formalmente estabelecidas.

Nezinho decidirá se dará ou não seguimento à ação indenizatória movida contra o bolsonarista, em que pede R$ 39.920 por danos morais. O ex-prefeito de Horizonte, porém, adianta que não recuará. Após a audiência, Fernandes terá 15 dias para apresentar defesa junto ao juizado.

No último dia 12 de junho, à tribuna, o parlamentar bolsonarista sugeriu, sem citar nomes, o envolvimento de colegas de Assembleia com facções criminosas. Deputados, então, pressionaram André Fernandes para que ele pudesse revelar os nomes, dada a gravidade do comentário. Depois, ao Ministério Público do Ceará (MPCE), ele encaminhou um documento no qual apontou envolvimento de Nezinho com uma organização criminosa.

Nezinho afirma ainda que o processo criminal, que já havia sido aventado em conversa com O POVO, será protocolado na próxima semana. A alegação será de denúncia caluniosa, ilícito que, para o Direito, é mais grave que a calúnia. Antes, segundo Renê Coelho, advogado de Nezinho, será decidida a mais adequada forma de a nova peça judicial ser elaborada.

"Em um dia ela está pronta, talvez eu protocole no outro e é isso. Não há uma dificuldade", resume o advogado sobre o processo de feitura do documento. Ainda não há a data na qual será apresentado o processo.
A reportagem entrou em contato por telefone com André Fernandes e o questionou sobre a expectativa para audiência de conciliação. Por volta das 17h54min de ontem, Fernandes respondeu: "estou por fora do assunto ainda." A ligação apresentou chiados até, de fato, cair. O POVO tentou estabelecer contato outra vez, mas não foi atendido. Às 18h36min, a Assessoria de Comunicação de André Fernandes entrou em contato e informou que o parlamentar não iria se pronunciar por enquanto.

Na ALCE, aprecia o caso um subconselho, que definirá uma punição dentre as três possíveis: censura verbal ou escrita, suspensão temporária (30 dias) ou cassação do mandato. O colegiado é presidido por Sergio Aguiar (PDT) e a responsável pelo relatório — como o foi Romeu Aldigueri (PDT) na primeira etapa de apuração do caso — é Augusta Brito (PCdoB).  


O POVO