Mobilização nacional garante apoio à aprovação de matérias prioritárias dos municípios

Blog do  Amaury Alencar



Através de seu presidente, Nilson Diniz, e de dezenas de prefeitos cearenses, a Aprece participou da mobilização municipalista nacional realizada no Congresso Nacional nesta terça-feira (17), em prol de propostas como a cessão onerosa com os critérios dos Fundos de Participação e as reformas da Previdência e Tributária, contou com a participação e o apoio de parlamentares.

A iniciativa articulada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) aconteceu o auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, onde mais de 60 senadores e deputados federais se comprometeram a levar as votações aos plenários e às comissões das Casas legislativas. Algumas devem avançar ainda nesta semana. Segundo Nilson Diniz, o encontro foi importante para expor problemas e pedir apoio para a liberação de recursos.
Estamos vivendo no País um momento delicado. Temos um aumento do custeio com pessoal, e isso traz problemas aos municípios cearenses. Os municípios carecem de reforma; precisamos de um Pacto Federativo, disse Nilson Diniz.
Dos nove pleitos apresentados pelos gestores, oito aguardam apreciação na Câmara. Apenas as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 6/2019 e 133/2019, que tratam das mudanças nas regras de aposentadoria, tramitam no Senado. Entre as demandas, o destaque é para a aprovação da cessão onerosa com critérios dos Fundos de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE). A PEC 98/2019, aprovada pelos senadores, retornou para a Câmara.
O presidente da Cas, Rodrigo Maia, iniciou o discurso no evento agradecendo o movimento municipalista pelo apoio à Reforma da Previdência desde que o tema passou a ser discutido em 2017, ainda na gestão do ex-presidente da República Michel Temer.
Em relação à inclusão de Estados e municípios no texto, Maia apontou que há ambiente propício na Casa para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 133/2019 – texto paralelo da Reforma –, construída no Senado e que incluiu os entes. O presidente da CNM, Glademir Aroldi, reconheceu a atuação do deputado em defesa das pautas dos Entes locais. O líder municipalista citou como exemplo a instalação, durante o evento, da comissão que analisou a proposta que aumenta em 1% o FPM no mês de setembro.
Aquilo que o presidente Rodrigo Maia se comprometeu com a gente na Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios] foi cumprido. A cessão onerosa se iniciou por aqui. E isso foi muito importante, apontou.

Cessão onerosa
Aroldi reforçou a importância de o movimento contar com o apoio de Maia e dos demais deputados para fazer avançar as matérias que estão em tramitação. “Nós estamos aqui em uma mobilização tentando incluir Estados e Municípios na Reforma da Previdência, mas queremos principalmente pedir ao senhor e aos deputados aprovação do bônus de assinatura pelos critérios do FPM e do FPE [Fundo de Participação dos Estados]. Nós entendemos que esse é o único critério que faz a distribuição justa de recursos no país. São Municípios que estão em extrema dificuldade e esse recurso vai possibilitar aos pequenos Municípios terem condições de manter os serviços e atender à população”, apontou.
Sobre o assunto, o presidente da Câmara afirmou que o acordo que se busca na Casa é não mexer na base do que foi aprovado no Senado, a fim de que a matéria não precise retornar à apreciação dos senadores. “Recebemos o texto da cessão onerosa e queremos indicar logo um relator. É claro que vamos trabalhar o texto do Senado para que ele possa ser votado da mesma forma e para que qualquer inclusão seja feita separadamente. Acredito que no texto da cessão onerosa podemos avançar no acordo, mas sem mexer no mérito do que foi feito no Senado”, disse.
Execução direta de emendas
Outra pauta que teve destaque na fala foi lembrada por parlamentares que participaram da Mobilização: a PEC 48/2019, que prevê nova regra para repasse direto de recursos federais por meio de emendas, sem necessidade de convênios, para Estados, Municípios e Distrito Federal. Para a CNM, a proposição favorece os Entes municipais, pois permite que emendas individuais ao projeto de lei do orçamento anual aloquem recursos diretamente para o FPM.
Maia apontou que a matéria é fundamental para desburocratizar o sistema atual. “O Tribunal de Contas tem uma preocupação em relação à fiscalização, mas nada que a gente não possa construir uma saída, uma solução, para que não fiquemos nas mãos da Caixa Econômica. Nós respeitamos a Caixa, mas, da forma que está colocado, tem prefeito que estava com recurso de 2015 a receber. Toda essa burocracia nos tira recursos. Precisamos construir um texto de uma forma que possa garantir total transparência e fiscalização”, afirmou. A expectativa é, segundo ele, aprovar rapidamente a proposição nas sessões da comissão especial que analisa o texto.