A 11ª edição da Marcha pela vida e contra o
aborto levou centenas de pessoas à avenida Beira Mar, em Fortaleza,
neste sábado, 5. A estimativa da organização é de 2 mil participantes.
Representantes de diversas religiões estiveram no local para endossar o
discurso contra as práticas abortivas e em defesa da vida desde a
concepção. O público era composto principalmente por jovens, que
empunhavam bandeiras de suas organizações e dançavam de acordo com as
músicas que tocavam nos dois trios elétricos que acompanharam a
manifestação.
A engenheira de alimentos Civita Sousa, 34
anos, reforçou a relevância da pauta dentro da igreja. “É muito
importante ser testemunho para a vida de outras pessoas. Assumir, como
cristãos, e ser responsável até por aqueles que não vieram”. Civita é
integrante da Comunidade Canção Nova. Além dessa, marcaram presença
pessoas da Comunidade Shalom, Centro Espírita Chico Xavier e Comunidade
Face de Cristo.
Beatriz Fernandes, 24, acredita que a geração atual
despreza a vida. “As plantas e os animais importam, mas a vida humana
não tem importância”, comenta. Como estudante de enfermagem, ela afirma
defender a pauta contra o aborto dentro do campi da universidade onde
estuda. Para ela, os profissionais da saúde aprendem a não defender a
vida durante a graduação e que isso é uma hipocrisia.
O auxiliar de administração Paulo Ryan, 18, estava
junto com amigos da Frente Integralista Brasileira de Defesa da Vida.
Para o jovem, o crime de aborto brada aos céus e clama a Deus por
justiça. “É o nazismo de luvas brancas. Um crime bárbaro, que viola a
lei natural.
Também compareceu ao evento o senador pelo Ceará
Eduardo Girão (Podemos). O político defendeu a causa e destacou a
presença nas onze edições da Marcha. “Não é só a vida do bebê que é
destruída. A saúde da mulher fica comprometida pelo resto da existência.
Questões emocionais, psicológica, mental e até física. Quem que faz
aborto em relação àquela que não faz tem uma propensão a desenvolver
problemas, como crise de ansiedade, depressão e até o suicídio”,
comentou.
A concentração ocorreu na esquina da avenida Barão de
Studart com Beira-Mar e, por quase um quilômetro, seguiu até a rua
Joaquim Nabuco. Dividiram os dois trios elétricos, entre palavras de
religiosos,os cantores Armando Nóbrega, Ticiana de Paula, Diego
Fernandes e Chico Pessoa.
A lei brasileira considera o aborto como crime contra a
vida humana. Por outro lado, a prática não é criminalizada em três
situações: quando a gravidez representa risco de vida para a gestante,
em casos de gestação decorrida de um estupro ou se o feto for
anencefálico, ou seja, não possuir cérebro. Esse último caso, julgado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, é declarado como parto
antecipado com fins terapêutico.
o Povo