Cerca de vinte pessoas estavam no Edifício
Andréa antes de serem soterradas pelas toneladas de concreto que vieram
abaixo. Em meio aos escombros, bombeiros encontraram motivo para
comemorar. Os braços erguidos do subtenente Francisco Djacy Pereira, do
Batalhão de Socorro de Urgência (BSU), captados pelo fotógrafo Mateus
Dantas, indicavam que ali havia um sobrevivente. O POVO Online conversou
com Majda Emily, 23, filha do bombeiro. A jovem contou com orgulho
sobre a participação do pai no resgate.
Segundo ela, Djacy saiu às 6 horas da última terça-feira, 15,
para trabalhar, como sempre faz. Às 10h28min, o prédio caiu e ele foi
acionado para o local. “Para ele é sempre essa incerteza, não sabe o que
vai acontecer. Vejo de perto ele sempre tentando se capacitar
justamente para trabalhar com excelência nesses momentos de calamidade”,
afirma.
O subtenente, que tem 49 anos, está na
corporação há cerca de 25 anos. “Eu, como filha, fico muito orgulhosa de
ver o que meu pai e a equipe que ele integra estão realizando”, disse.
De acordo com a filha, o pai trabalhou durante todo o dia de ontem e a
madrugada desta quarta-feira, 16. “Ele fica muito feliz em poder ajudar,
porque (ele) não está só retirando entulho, está levando esperança e
dando seu melhor para resgatar vidas”, diz orgulhosa Madja.
Ela conta ainda que conseguiu falar com o pai no fim da
noite de ontem. “Ele estava animado pelas pessoas que conseguiu ajudar,
tirar dos escombros, inclusive o cachorrinho”, afirmou. A participação
no resgate do cachorro trouxe um significado especial para ele. Chamado
de Lucky pelos donos que moravam no prédio, a filha do bombeiro conta
que a família do subtenente Djacy tem em casa um cachorro com o mesmo
nome do que foi resgatado.
Ao ver a foto do pai, Madja procurou o fotógrafo Mateus
Dantas e agradeceu pela imagem do pai. Ela também revelou o que
conversou com o bombeiro. "Liguei porque achava que o senhor estava aí
mesmo. O senhor nasceu para isso, viu? Vai fazer a diferença aí, você
vai dar esperança, faça tudo com amor", disse ao pai antes de se
despedir.
O POVO