Depoimento concedido à Polícia Federal e a
descoberta de uma planinha apreendida em uma gráfica levantam suspeitas
de que o dinheiro do esquema de candidatas laranjas do PSL
em Minas Gerais foi desviado para abastecer, através de caixa dois, as
campanhas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do
Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ambos filiados ao partido. As
informações são da Folha de São Paulo.
O ex assessor parlamentar e coordenador da
campanha de Álvaro Antônio à época, Haissander Souza de Paula, disse em
seu depoimento à PF que "acha que parte dos valores depositados para as
campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de
campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro". A verba teria
sido usada duranta a campanha de Álvaro a deputado federal no Vale do
Rio Doce, em Minas Gerais.
O ex assessor parlamentar e coordenador da campanha de
Álvaro Antônio à época, Haissander Souza de Paula, disse em seu
depoimento à PF que "acha que parte dos valores depositados para as
campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de
campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro". A verba teria
sido usada duranta a campanha de Álvaro a deputado federal no Vale do
Rio Doce, em Minas Gerais.
Além do depoimento, em uma planilha nomeada como
"MarceloAlvaro.xlsx", há referência sobre o fornecimento de material
eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão "out", o que, na
compreensão dos investigadores, significa "pagamento por fora". Álvaro
Antônio, deputado federal mais votado em Minas Gerais, também foi
coordenador no estado da campanha presidencial de Bolsonaro.
Na última sexta-feira, 4, o ministro foi indiciado pela Polícia Federal e
denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais sob acusação dos
crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de
recurso eleitoral e associação criminosa. Ele nega irregularidades. A
pena pelos crimes citados pode ser de cinco, seis e três anos,
respectivamente.
Já Haissander foi preso por cinco dias no final de
junho, ao lado de outros dois investigados - entre eles o atual assessor
de Álvaro Antônio no Turismo. O seu depoimento foi colhido nove horas
após sua prisão, no dia 27 de junho. A demora aconteceu devido à espera
por um advogado, que não chegou a tempo. No interrogatório de custódia, o
ex-assessor afirmou que não confirmava as declarações dadas
anteriormente.
A defesa tentou invalidar o primeiro depoimento, mas a
Justiça negou o pedido. Álvaro Antônio, Haissander e Mateus Von Rondon
(assessor especial do Ministério), um ex-assessor, dois representantes
de gráficas, um deputado estadual do PSL e quatro candidatas laranjas do
PSL foram denunciados na sexta, 4. Cabe à Justiça decidir se aceita ou
rejeita a denúncia do Ministério Público.
Ministro Sérgio Moro nega caixa dois
Em relação às denúncias da Folha de São Paulo sobre
suposto caixa dois para campanha de Bolsonaro e para o deputado federal
Álvaro Antônio, ambos do PSL, o ministro Sérgio Moro (Justiça) afirmou
que o presidente fez a campanha "mais barata da história". O juiz
publicou em sua conta no Twitter, na manhã deste domingo, 6, que "nem o
delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram
algo contra o PR neste inquérito de Minas".
A publicação de Moro foi curtida por Bolsonaro e
compartilhada pelo presidente em sua conta no Facebook. O posicionamento
de Moro, no entanto, tem sido visto como um indicativo de que ele tem
acesso a investigação sigilosa. Essa não é a primeira vez, no
entanto. Em entrevista coletiva no fim de junho deste ano no Japão, Bolsonaro disse ter obtido de Sergio Moro, titular do ministério, uma “cópia do que foi investigado pela Polícia Federal”.
Com informações da Folha de São Paulo