Em processo de reconstrução depois das eleições de 2018, onde o próprio Eunício Oliveira não foi reeleito ao Senado, partido promete vir forte em 2020 no Ceará
O MDB deve ter candidato à Prefeitura de Fortaleza
em 2020. E um dos nomes possíveis para disputar o Paço Municipal é o do
ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira. Ele se mostrou aberto à essa
possibilidade em conversa com O POVO durante da Convenção Nacional do
partido, em Brasília, neste domingo, 6.
Foto Internet
"Na política e no amor não se descarta nada. O
que quero deixar claro é que não pretendemos lançar nomes um ano antes,
mas construir, através do sentimento das bases, lideranças. Porque o
importante é ter o eleitor para depois encontrar o nome", pontua o
presidente estadual do partido.
Eunício promete ainda uma renovação de idéias e
investimento na busca de novas lideranças no partido no Estado. Ele diz
que esteve ausente da mídia nos últimos meses por estar empenhado em
projetos internos do partido, como a criação de diretórios regionais em
cada macrorregião do Ceará. "Fizemos um trabalho muito maior nos
bastidores, com debates internos primeiro".
Na visão do ex-senador, uma das vítimas do baixo
desempenho do partido nas últimas eleições, o MDB evocará seu potencial
municipalista e lançará candidatos nas disputas por prefeituras em todo
Estado. "Queremos fazer um reencontro com a sociedade brasileira e
cearense. Com essa linha de pensamento que estamos construindo o
partido".
"O MDB se distanciou da sociedade e eu fui uma voz
destoante dentro do partido, pois acho que num regime democrático só se
comporta uma coisa: a divergência de opinião. Mas o País não pode refém
desse extremismo", comentou o presidente estadual do MDB no Ceará. Ele
ainda acrescenta que as visões radicais se sobressaíram por falta de
diálogo entre os partidos de centro.
Parceria política na disputa pelo Executivo municipal
no próximo ano também pode ser alternativa para o MDB. Perguntado sobre a
proximidade do novo diretório com o Dem, Eunício não descartou que tal
aliança possa acontecer no Ceará. Para o emedebista, partidos como o
MDB, Dem, PSDB, PSD, PP e outros que têm histórico menos polarizado,
devem marcar posição clara no centro do espectro político.
Executiva nacional
Depois de 20 anos como membro do diretório nacional do
MDB, atuando como tesoureiro, Eunício pediu para não estar mais presente
na função. Ele comenta que um dos pontos que o fez pensar melhor sobre
exercer a função está nas disputas internas pelo Fundo Eleitoral - que o
ex-senador critica e compara ao modelo anterior de financiamento
privado.
"O Fundo é grande, mas não é suficiente para todos e
ainda teremos muitos problemas com ele. Eu, lá trás, fui contra a
formação do fundo. Financiamento de campanhas quando era com empresas
dava problema e agora com o Fundo novos problemas, com partidos chamados
de laranjal. A nossa preocupação é fazer uma renovação de idéias",
completa.
Apesar de sair de uma posição importante na composição
do partido, Eunício indicou para a executiva nacional nomes como do
deputado federal Moses Rodrigues, do secretário-geral do MDB do Ceará,
João Melo, e do ex-senador Mauro Benevides
"Entrego a função no partido com recursos. Talvez
sejamos hoje o partido que não deva nenhum centavo, estou entregando o
MDB com R$ 16 milhões em caixa, com todas as contas aprovadas nos
últimos 16 anos. Saio da tesouraria, mas o Ceará permanece muito bem
representado no diretório nacional", revela.
O grupo de Eunício ainda mostra força no MDB. Com 20
votos, ele próprio votou três vezes: como membro dos diretórios nacional
e estadual, além de estar na executiva.
Imagem do MDB
"Chegar pela via democrática e não eleitoral à
Presidência da República não foi bom para a nossa história, mas estamos
fazendo um reencontro com essa sociedade como um todo, para o partido
renascer a partir de sua base".
O POVO