MPCE pede afastamento do prefeito de Santa Quitéria por parque de vaquejada privado

Blog do  Amaury Alencar

Tomás Figueiredo
Tal obra foi descoberta por intermédio de registros feitos por um drone, que captou a construção, além de apontar uma pavimentação de via em área rural, o que indica a prática de devastação ambiental. Também foram flagrados no local, a utilização de caminhões caçamba com o letreiro da Prefeitura Municipal de Santa Quitéria, máquinas retroescavadeiras e servidores públicos atuando a serviço de interesses privados. Portanto, além de Figueiredo, o empresário Roberto Rocha Freire e o secretário de obras João Batista de Souza também foram acionados pelo MPCE.

O prefeito de Santa Quitéria se dirigiu à Câmara Municipal local e confessou que autorizou a realização do serviço porque, de acordo com ele, esta prática ímproba era algo “natural”, que já tinha sido adotada em outros empreendimentos particulares da cidade. A partir destas provas, entre as ilegalidades, o MPCE destacou: degradação ambiental, utilização indevida de bens públicos e enriquecimento ilícito.

O promotor de Justiça Dérick Funck afirma a necessidade de condenação por dano moral coletivo no valor de R$ 500.000,00. “Quando se fala em dano moral coletivo, está se fazendo menção ao fato de que o patrimônio valorativo de uma certa comunidade, idealmente considerado, foi agredido de maneira absolutamente injustificável do ponto de vista jurídico. A expressão popular ‘o Brasil é assim mesmo’ deveria sensibilizar todos os operadores do Direito sobre a urgência na reparação do dano moral coletivo”, explica o representante do MP.

O pedido de afastamento do prefeito Tomás Figueiredo foi solicitado por diversas irregularidades feitas por ele no âmbito da gestão local, como: malferimento à Lei de Responsabilidade Fiscal; contratação indevida de máquinas com licitação fraudulenta; contratação de escritório de advocacia com ligação pessoal ao gestor e licitação direcionada; e sucateamento e fraude no fornecimento do transporte escolar.

Além do afastamento cautelar do cargo por 180 dias, o MPCE requereu o ressarcimento do dano moral coletivo, a condenação dos requeridos e a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.429, mais precisamente, a perda da função pública, multa e a suspensão dos direitos políticos.


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