Fabio Rodrigues Pozzebom/Agênci
Agência Brasil
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, destacou o papel da semana nacional como forma de desmistificar a ciência como “algo relacionado a um pesquisador de jaleco branco que ninguém entende e não dialoga com as pessoas”. Em vez desse imaginário, segundo o ministro, os eventos distribuídos em todo o país contribuirão para evidenciar como as inovações estão no dia a dia das pessoas.
Pontes acrescentou que esse diálogo é ainda mais importante diante do descrédito de algumas pessoas sobre descobertas científicas. “Às vezes você vê, principalmente no meu setor, gente duvidando que o homem chegou à Lua e outros temas. Isso vem de uma divulgação científica deficiente, por isso precisamos melhorar a divulgação científica, assim como o ensino de ciência nas escolas”.
O ministro elencou como ação de sua pasta o programa Ciência na Escola, que leva pesquisadores para escolas e alunos para instituições de ensino e pesquisa. Entre as ações estão olimpíadas, como as de matemática, de robótica e de astronomia. “Isso é importante para o jovem olhar e falar: ´quero trabalhar com isso´”, disse.
Semente
O secretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, Gilvan Máximo, classificou a semana nacional como principal projeto para “botar uma semente para despertar os cientistas do futuro”. Ele acrescentou que as exposições ajudam a mostrar de forma mais didática diversas inovações que podem servir de referência para as próximas gerações.Tomando como gancho o tema da semana Bioeconomia: diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional, Antônio Carlos Futuro, defendeu a necessidade de avançar em pesquisas que tragam a perspectiva da transformação digital também para o tema do desenvolvimento sustentável.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, colocou a necessidade de avanços científicos na sua área, marcada por uma balança comercial negativa de US$ 26 bilhões (R$ 107,38 bilhões). Ele indicou como segmento de ponta no setor as inovações em genética, tema que pode ensejar ganhos importantes ao país. “Fundamental despertar os jovens para inovações em um país que tem o desafio de dar saúde como direito”, disse.
Avenida da Ciência
O evento de abertura ocorreu dentro da estrutura montada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações na capital apelidada de Avenida da Ciência, no Parque da Cidade. No pavilhão, mais de 180 expositores espalhados em mais de 21 mil metros quadrados apresentarão veículos diversos - como aeronaves e carros autônomos -, máquinas, inovações e projetos de pesquisa.A oceanógrafa do projeto de microtecnobiologia de microalgas da Universidade Federal do Rio de Janeiro Alinne Junqueira é uma das expositoras. Ela e seus colegas apresentarão informações sobre as microalgas e seus benefícios. “Além de elas terem um papel primordial ecológico na cadeia alimentar dos oceanos, elas também apresentam uma grande aplicação como complemento alimentar”, explicou a pesquisadora.
A aluna de enfermagem da Universidade de Brasília Maria Clara Pelegrini também está em um dos espaços da exposição. No estande, é apresentado o projeto Museu da Anatomia Humana, da Faculdade de Enfermagem da UnB. A iniciativa reúne diversas peças e técnicas relacionadas ao corpo humano.
Atividades
Até domingo (27), mais de 5,2 mil atividades devem ser promovidas por 172 instituições ligadas aos governos federal, estaduais e municipais, escolas, centros de pesquisa e entidades da sociedade civil. Ao todo, os eventos preparados para a semana serão realizados em 278 municípios, em 23 estados e no Distrito Federal.A programação completa está na página do evento no site do MCTIC.