Fernando Frazão/Agência Brasil
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"Tem a questão da durabilidade, sabor, e agregado a este produto tem toda uma consciência, o orgânico não é só não usar defensivos químicos, é a questão de manter as nascentes, a mata, o solo e a fauna. Quem trabalha comigo recebe um valor justo. O orgânico é muito maior do que não usar agrotóxicos, é conceito de conservação no geral e comércio justo."
Ele produz, no sítio de quatro hectares da família, em Palhereiros, zona sul da capital, hortaliças, algumas frutas e legumes nas estações. Eduardo conta que começou há cinco anos com orgânicos e que tem vendido muito. "A gente nem dá conta, estamos pensando em ampliar a área para melhorar a produção”.
O agricultor explica a questão do preço do orgânico. "Tem o mito de que o orgânico é mais caro, mas é o convencional que é muito barato. Tenho colegas que estão passando muito problemas financeiros porque o comércio é violento com o produtor convencional, então essas promoções que vemos nos supermercados, o ‘valor’ é tirado do produtor, na base de um lucro exorbitante, o produtor é sempre empurrado a usar cada vez mais defensivos, adubação química, para ele poder subsistir. Então o orgânico é o conceito de comércio justo, por isso tem as feiras orgânicas, para a gente tentar comercializar direto para o cliente, sem ter um atravessador e a gente consegue uma relação ganha-ganha, com produto de qualidade em um preço bom”, comenta.
Nesta feira, produtores apresentam diversos alimentos que normalmente são desprezados por não se encaixarem em padrões estabelecidos, fazendo uma interlocução com o público mostrando que é possível consumir com qualidade a variedade de alimentos que a natureza oferece. A atividade faz parte do “Experimenta - Comida, Saúde e Cultura”, projeto que acontece em diversas unidades do Sesc e que traz uma programação voltada para a alimentação e suas conexões com a arte e o bem-estar. A feira tem acesso livre e ocorre na praça da Unidade ate às 16h30.