A operação que levou à prisão da advogada Elisângela Maria Mororó, 46,
foi resultado de uma ação conjunta entre as Polícias Militar do Ceará
(PMCE) e Civil do Ceará (PCCE), na localidade de Arara, zona rural de
Catarina (CE). Com Elisângela, foram detidos também Antônio Gonçalves
Neto, 45, conhecido por “Zói de Acopiara”, e Vicente Leite Sobreira, 31,
apelidado de “Manim”.
Na casa em que os acusados estavam, foram
apreendidos quase meio quilo de cocaína, uma pistola .40 com a numeração
raspada e dois veículos. Os homens são apontados pela Polícia como
membros de uma facção paulista que atua no Estado, sendo Antônio
considerado uma das lideranças mais influentes da organização no Ceará. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Secção Ceará) suspendeu o exercício da profissão da advogada por 12 meses.
Segundo Alisson Gomes, delegado adjunto da
Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), desde o
dia 16 de setembro, Elisângela vinha sendo investigada pela Polícia.
A
suspeita de envolvimento com organização criminosa local surgiu quando a
advogada tentava fazer chegar a dois detentos um bilhete no Centro de
Detenção Provisória de Itaitinga, contendo um ousado plano de fuga.
A
confirmação do envolvimento da advogada veio na última semana com a
prisão de Edgly Dutra Barbosa, conhecido por “Dudeca”, em Rondônia,
enquanto tentava fugir para a Bolívia. Era com ele que a advogada
negociava uma quantidade de 40 kg de cocaína, a R$ 15 mil.
O trio foi apreendido em flagrante e encaminhado à Delegacia Regional do Crato. Vicente Leite tinha três mandados de prisão preventiva em aberto e acumula extensa ficha criminal, incluindo oito homicídios, porte ilegal de arma de fogo, tráfico e associação ao tráfico, receptação e falsificação de documentos. Já Antônio Gonçalves tinha um mandado de prisão preventiva em aberto por tráfico e organização criminosa. Entre seus antecedentes, estão crimes como receptação, porte ilegal de arma de fogo e assaltos a banco e carros-fortes. Mais de 15 policiais participaram da operação.
O delegado Klever Farias, que integra a equipe de
investigação da Draco, ressaltou que a partir das ações em parceria com a
Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará (SAP), que
têm suprimido a comunicação dentro dos presídios por meio de aparelhos
celulares, as facções passaram a inovar nas estratégias de comunicação.
“O que queremos frisar é que é uma pequena parcela de ditos advogados
que se utilizam desta nobre função para praticar crimes. Não queremos
atingir à classe, queremos extirpar da sociedade esses criminosos que
utilizam a profissão desse modo”, finaliza.
o Povo