Novembro antecede a pré-estação chuvosa no
Ceará e o acumulado parcial deste ano está em torno de apenas 10% da
média para o mês (5,8 mm). Enquanto em 2018, foram registrados 15,8 mm
(quase o triplo da média) em novembro, o acumulado parcial do mês atual é
de 0,5 mm. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme).
Das oito macrorregiões divididas pela
Fundação, sete tem chuvas abaixo do normal para este mês. Somente o
Litoral Norte registrou precipitação acima da média: o normal esperado
para o período na região é 1.4 mm, até o momento, foram acumulados 3.8
mm - um desvio positivo de 161.9%. Em contrapartida, após 20 dias em
novembro, não choveu no Maciço de Baturité nem no Sertão Central e
Inhamuns; as macrorregiões tem normal esperado de 5 mm para o mês.
"Está tudo incerto, a chuva tem chegado às vezes antes,
às vezes depois do esperado", comenta Flávio Viriato de Saboya Neto,
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará
(Faec). O cenário diferente, entretanto, não chega a preocupar os
agricultores, para quem as precipitações se tornam um pauta daqui alguns
meses. "As chamadas chuvas do caju, que acontecem no litoral nessa
época, e algumas chuvas no Cariri são até esperadas para agora, mas o
cenário começa a se definir entre o fim de dezembro e já em janeiro".
Chuvas de pré-estação
As precipitações de dezembro e janeiro no Estado são
causadas por frentes frias que vem do Sul, o que afeta a atmosfera e
forma o que meteorologistas chamam de vórtice ciclônico, uma
movimentação circular dos ventos na alta atmosfera que pode provocar
chuvas.
Para a pré-estação 2019-2020, o Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe) prevê chuvas abaixo da média. Já
o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta precipitações
dentro da normalidade. A Funceme, por sua vez, não apresenta prognóstico
para os meses.
Como as frentes frias normalmente vêm do Sul, elas
podem ser acompanhadas por imagens de satélite e é possível saber se
atingirão determinados locais do Estado com alguns dias de antecedência.
Entretanto, os fatores que causam as frentes frias são imprecisos e,
"desta forma, é impossível prever com meses de antecedência como serão
essas frentes, quanto tempo durarão, e qual o volume de chuvas trazido
por elas", explica a Funceme em sua cartilha sobre previsão
meteorológica para a estação chuvosa no Ceará.
Assim, a previsibilidade é mais baixa do que para o
período entre fevereiro e maio. Por essa razão, as previsões de chuvas
na pré-estação é de três dias e não de todo o bimestre.
Reservatórios
Dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos (Cogerh), 85 estão abaixo dos 30%, 25 estão no volume
morto e outros 13 são considerados secos. Apenas dois (Germinal e
Jenipapo) possuem volume superior a 90%. As informações são da resenha
dessa segunda-feira, 18. O Castanhão, maior açude do Estado, está com
apenas 3,44% do seu volume máximo.
O Povo