Tomaz Silva/Agência Brasil
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O menino mora em Cuiabá, no Mato Grosso, mas não conseguiu ser atendido lá. Por isso, resolveu escrever a cartinha para o Papai Noel dos Correios pedindo o aparelho e se não fosse possível, queria ganhar um boneco do Homem Aranha ou um chapéu. Hoje ele ganhou tudo que pediu. Já com o aparelho, Eduardo fez um agradecimento emocionado. “E aí, tudo bem? É um momento muito alegre. Agradeço muito a vocês. Muito obrigada a vocês, parabéns”, disse o menino, ainda com um pouco de dificuldade na fala, limpando as lágrimas.
A avó Clemair Gonçalves, de 48 anos, que o acompanhava também estava emocionada de ver o neto com uma perspectiva melhor de vida e desenvolvimento nos estudos."Vai ser bem melhor, ele vai se atualizar, aprender mais. Vai ter facilidade de entender as coisas, Vai ter progredir na escola", disse comentando sobre o efeito do aparelho a que chamou de presentão.
Para o ministro apesar da “generosidade e humanidade” da Prefeitura de Caxias, a cidade do menino deveria ter condição de o atender. “Isso aqui é uma coisa que deveria ter sido resolvida lá em Cuiabá. Deveria ter sido resolvida próximo à casa dele. O serviço de lá fechou. Não tem a fono, um dia tem outro não. Esse cidadãozinho brasileiro, esse menino, tem que estudar. Esse menino tem que incluir, esse menino tem que ir para a escola. Esse menino aqui, pode estar dentro dele a solução do tratamento do câncer, do tratamento das estradas brasileiras. A gente só precisa dar chance. Com esse aparelho, agora, ele passa a ter chance de interagir e ir para cima conquistar os sonhos”, apontou Mandetta, acrescentando que quanto mais cedo o atendimento tivesse ocorrido menos problemas de fala Eduardo teria.
Hospital do Olho
Ainda em Caxias, onde teve seu primeiro trabalho, quando cursava o sexto ano de Medicina, o ministro visitou também o Hospital do Olho Júlio Cândido de Brito, que, segundo a prefeitura foi inaugurado há 1 ano e 8 meses e já passou dos 750 mil atendimentos, sendo um dos mais modernos do país e com aparelhos importados de última geração. Também como a outra unidade hospitalar ele atende paciente de fora do município. Para o ministro, Caxias vem fazendo um bom trabalho na Saúde, mas é preciso buscar o equilíbrio com os outros municípios próximos, até para que a cidade não seja prejudicada.“A gente vai começar agora um grande diálogo com os prefeitos da Baixada [Fluminense], enfim, com todos os municípios que fazem divisa, para entender a lógica regional. Se aqui está fazendo, e conseguindo fazer para uma cidade de 1 milhão de habitantes, mas atende uma população flutuante acima de 2,5 milhões, então, a gente precisa acertar os outros 1,5 milhão para achar o ponto de equilíbrio, senão, quanto mais ele fizer de saúde aqui, mais gente vai vir e acaba inviabilizando o serviço. Achar esse ponto de equilíbrio é um desafio que a gente vai ter aqui no Rio de Janeiro”, indicou.
O prefeito espera que a visita de Mandetta a Caxias - que faz parte da rotina do Ministério de verificar o atendimento em unidades de saúde do país - possa garantir um apoio aos investimentos do município. “A gente está fazendo um trabalho aqui que ultrapassa as barreiras, as fronteiras da normalidade, devido à demanda”, disse.
“A população precisa do atendimento. Dizer que o problema é federal, estadual ou municipal, não resolve. O problema é de todo mundo e estamos aqui para ajudar”, destacou Mandetta.
Consórcios
Segundo o ministro, o trabalho junto às prefeituras é feito em uma construção coletiva chamada consórcios intermunicipais. “O estado do Paraná é o que tem a melhor organização de consórcios intermunicipais. Minas Gerais também tem uma boa estrutura. O Rio de Janeiro até pela proximidade são regiões contíguas, não dá para ficar definindo esse é daqui e vai até essa rua. Aqui precisa de uma organização intermunicipal fomentada”.Mandetta revelou que a liberação de recursos do governo federal é pactuada com os municípios que abrem as unidades hospitalares, cadastram o serviço e demonstram a produção. Depois desse processo, o ministério faz a habilitação e envia os recursos diretamente para a prefeitura. “É função da gente andar e ver se o recurso está sendo bem empregado", explica.