Dois suspeitos de serem os autores do
espancamento que levou à morte do torcedor do Ceará, Othoniel Sousa
Fialho, foram presos, nesta sexta-feira, 6, em uma operação da Polícia
Civil. Na mesma ação, foram cumpridos quatro mandados de busca e
apreensão, entre eles, um na sede da Torcida Uniformizada do
Fortaleza(TUF). No local, a Polícia apreendeu a quantia de R$5 mil,
artefatos e celulares.
O casal Francisco Flávio de Aguiar Júnior ,de
30 anos, com antecedentes criminais por roubo e porte ilegal de arma de
fogo; e Shirley Maria Coelho Abreu, também de 30 anos, sem antecedentes
criminais, foram localizados e presos no bairro Granja Lisboa, em
Fortaleza.
Na sede da TUF, no bairro Benfica, a Polícia apreendeu
uma quantia de R$ 5 mil, artefatos explosivos, seis celulares e um
tablet de propriedade dos suspeitos. Outros mandados foram cumpridos
cumpridos em três residências relacionadas aos presos. Tanto os
materiais quanto os suspeitos foram encaminhados para o 32º DP.
Defesa da torcida
Em nota, a Torcida Uniformizada do Fortaleza(TUF)
afirmou ter sido invadida e ter móveis quebrados e violados na ação.
Reitera também ser transparente em suas atividades, mas contesta a forma
da abordagem. "Nossa sede social sempre esteve aberta às autoridades
para apuração de quaisquer que fossem as determinações judiciais, sejam
elas quais forem, porém, desta vez de forma truculenta e arbitrária",
afirma.
Segundo a nota, o dinheiro apreendido tem origem na
venda de ingressos do confronto entre Fortaleza e Bahia, no domingo, 8.
Sobre os explosivos, a TUF afirma que eram fogos de artifício que seriam
usados em coreografias na arena Castelão em jogos do Fortaleza. Segundo
eles, os objetos passaram por autorização dos bombeiros.
Já os celulares seriam de pessoas presentes durante a
ação policial. A TUF nega qualquer relação com "o crime ou organização à
margem da lei."
Relembre o caso do torcedor
O caso aconteceu no domingo, 24 de novembro, quando
Othoniel Sousa Fialho, de 15 anos, voltava do jogo entre Ceará e São
Paulo, que ocorreu na Arena Castelão. Segundo a família, ele e três
amigos foram surpreendidos por pessoas usando a camisas da torcida
uniformizada rival, no bairro Canindezinho. Após cercar as vítimas, o
grupo aplicou golpes com barra de ferro. Othoniel foi encaminhado ao
Instituto Dr. José Frota (IJF), mas faleceu dois dias depois.
O Povo