O fim das alianças entre partidos nas eleições proporcionais está
exigindo das lideranças partidárias um esforço matemático na hora de
montar a chapa de candidatos a vereador. Como as siglas vão ter que
contar somente com a votação obtida por elas, muitas estão estabelecendo
perspectivas máximas e mínimas de voto para quem quiser concorrer.
Essas exigências não são à toa. Elas ocorrem, porque os partidos terão
que concorrer às eleições para vereador sem a ajuda de outros partidos, e
esse será um desafio maior ainda para os nanicos. Antes, com as
coligações, os partidos pequenos tinham mais chances de eleger seus
candidatos, porque eram "puxados" por outros de partidos maiores. A
regra é novidade em 2020.
Estratégias
A partir de agora, além de atingir o quociente eleitoral, os candidatos
terão que alcançar, individualmente, pelo menos, 10% desse quociente
para poder ocupar a vaga de vereador.
As novas regras fazem com que os partidos, em geral, busquem candidatos
competitivos. Nesse jogo matemático, as legendas de pequeno, médio e
grande porte estão estabelecendo um "teto" ou um "piso" de votos para os
seus quadros. A articulação busca principalmente um equilíbrio entre
aqueles que têm mandato e, naturalmente, largam em vantagem, e os que
não têm.
Cálculos
Os partidos fazem esses cálculos baseados na estimativa de votos dos
seus pré-candidatos e nos votos conquistados pelos que concorreram na
última eleição. Para isso, eles precisam ter uma ideia de quanto será o
quociente eleitoral deste ano, que eles calculam também baseado na
Eleição de 2016. Para 2020, os partidos preveem um quociente entre 25 e
30 mil votos.