REUTERS/Washington Alves
Agência Brasil
Ao todo, já foram 21 depoimentos de vítimas e familiares, todos com o objetivo de entender os acontecimentos que antecederam à intoxicação. Segundo a Polícia Civil, as amostras recolhidas tanto na cervejaria, quanto na empresa química que vendia o monoetilenoglicol, continuam sendo analisadas pelas equipes de peritos do Instituto de Criminalística, e não há previsão para a conclusão dos laudos.
Até agora, a Anvisa determinou o recolhimento total de quatro lotes produzidos pela Cervejaria Três Lobos, dona da marca Backer. Testes nos lotes deram positivo para a contaminação com a substância tóxica dietilenoglicol e abrangem cervejas com os rótulos Belorizontina e Capixaba.
Na semana passada, a Anvisa interditou, preventivamente, todos os lotes da Backer com vencimento igual ou posterior a 20 de agosto. As cervejas podem permanecer nos estoques do comércio, mas devem ser retirados das prateleiras e não podem ser entregues ao consumidor. A interdição dura no mínimo 90 dias, tempo que a cervejaria tem para tentar comprovar a segurança do consumo das bebidas.
A medida de interdição de todos os produtos da Backer foi tomada após exames feitos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) identificarem a presença de substâncias tóxicas em mais 11 lotes da cervejaria, que trazem diferentes rótulos na garrafa.
Até o momento, segundo o ministério, dez produtos da cervejaria testaram positivo para substâncias tóxicas: Belorizontina, Capixaba, Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown, Backer D2, Corleone e Backer Trigo.
Por ora, as análises realizadas pelos laboratórios federais de Defesa Agropecuária constataram 32 lotes contaminados.
O dietilenoglicol é uma substância tóxica que não pode entrar em contato com alimentos e bebidas. A primeira das quatro mortes por intoxicação já reconhecidas pela Polícia Civil foi registrada na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames a que a vítima foi submetida antes de morrer confirmaram a presença do contaminante no sangue. O homem, cujo nome e idade não foram confirmados, foi sepultado no município mineiro de Ubá.
Todos os pacientes internados devido à síndrome nefroneural apresentaram insuficiência renal aguda de evolução rápida, ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, e alterações neurológicas centrais e periféricas, que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensória, paralisia, entre outros sintomas.