Após início das paralisações, 261 PMs já respondem a inquéritos por crimes militares

Blog do  Amaury Alencar



FORTALEZA, CE, BRASIL, 19-02-2020: 18º Batalhão da PM em Antonio Bezerra. Policiais Militares, aderem a paralisação da Policia Militar do Ceará. em vários comandos. (Foto: Mauri Melo/O POVO).
FORTALEZA, CE, BRASIL, 19-02-2020: 18º Batalhão da PM em Antonio Bezerra. Policiais Militares, aderem a paralisação da Policia Militar do Ceará. em vários comandos. (Foto: Mauri Melo/O POVO). (Foto: MAURI MELO/O POVO)
Os envolvidos em crimes durante as manifestações da categoria militar do Estado responderão a inquéritos. Até o fim da manhã desta quarta-feira, 19, pelo menos 261 policiais militares cearenses já haviam sido identificados pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD).
O número foi informado em coletiva de imprensa, pelo titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), André Costa. De acordo com o secretário, os PMs identificados serão retirados da folha de pagamento pela Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag).

De acordo com o secretário, mulheres de policiais envolvidas em protestos, ainda que civis, podem responder como partícipes pelos crimes militares de motim, revolta e depredação do patrimônio público, por exemplo. Pelo crime de revolta, a pena pode chegar a 20 anos de reclusão. 

“Há grupo dentro da PM que tem cometido crimes militares, atos de vandalismo, motins, revolta e atos de insubordinação. Com eles, o Estado vai agir com todo o rigor que a lei prevê. Não toleraremos essas condutas. Até o momento, 261 PMs estão respondendo a inquéritos policiais militares. Todos eles estão sendo submetidos a processos disciplinares na CGD”, declarou.

Sobre a quantidade de policiais fora de serviço, a SSPDS não informou o número, mas afirmou que já elabora o levantamento de viaturas atingidas. Os serviços da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Corpo de Bombeiros e dos Distritos de Polícia Civil estão funcionando normalmente, informou a pasta.

Acordo

O aporte de recursos ao orçamento da pasta havia sido, inicialmente, de R$ 338 milhões para reestruturação salarial, em acordo entre o Governo e representantes da categoria. Após reuniões na Assembleia Legislativa, foram acrescidos R$ 150 milhões. Mesmo assim, policiais se dizem insatisfeitos com as condições.

O governador Camilo Santana (PT) disse que o "pano de fundo dessas ações criminosas" é o interesse de "pequenos grupos que se aproveitam da boa-fé da tropa para mentir, ganhar dinheiro e para se projetar politicamente, especialmente em anos de eleição como este". 


o Povo