Os envolvidos em crimes durante as
manifestações da categoria militar do Estado responderão a inquéritos.
Até o fim da manhã desta quarta-feira, 19, pelo menos 261 policiais
militares cearenses já haviam sido identificados pela Controladoria
Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Penitenciário do Ceará (CGD).
O número foi informado em coletiva de
imprensa, pelo titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social do Estado do Ceará (SSPDS), André Costa. De acordo com o
secretário, os PMs identificados serão retirados da folha de pagamento
pela Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag).
De acordo com o secretário, mulheres de policiais envolvidas em protestos, ainda que civis, podem responder como
partícipes pelos crimes militares de motim, revolta e depredação do
patrimônio público, por exemplo. Pelo crime de revolta, a pena pode
chegar a 20 anos de reclusão.
“Há grupo dentro da PM que tem cometido crimes
militares, atos de vandalismo, motins, revolta e atos de insubordinação.
Com eles, o Estado vai agir com todo o rigor que a lei prevê. Não
toleraremos essas condutas. Até o momento, 261 PMs estão respondendo a
inquéritos policiais militares. Todos eles estão sendo submetidos a
processos disciplinares na CGD”, declarou.
Sobre a quantidade de policiais fora de serviço, a
SSPDS não informou o número, mas afirmou que já elabora o levantamento
de viaturas atingidas. Os serviços da Perícia Forense do Estado do Ceará
(Pefoce), Corpo de Bombeiros e dos Distritos de Polícia Civil estão
funcionando normalmente, informou a pasta.
Acordo
O aporte de recursos ao orçamento da pasta havia sido,
inicialmente, de R$ 338 milhões para reestruturação salarial, em acordo
entre o Governo e representantes da categoria. Após reuniões na
Assembleia Legislativa, foram acrescidos R$ 150 milhões. Mesmo assim,
policiais se dizem insatisfeitos com as condições.
O governador Camilo Santana (PT) disse que o "pano de fundo dessas ações criminosas" é o interesse de "pequenos grupos que se aproveitam da boa-fé da tropa para mentir, ganhar dinheiro e para se projetar politicamente, especialmente em anos de eleição como este".
o Povo