A Caixa Econômica
Federal anunciou hoje (20) o lançamento de uma nova linha de crédito
habitacional com taxa fixa. As contratações podem ser feitas a partir de
amanhã (21) com juros de 8% a 9,75% ao ano, dependendo do tempo de
financiamento e do relacionamento do cliente com o banco.
"Vamos permitir que as pessoas tomem
empréstimos por 20 anos, 30 anos, sabendo desde o primeiro dia quanto
elas vão pagar”, disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante
cerimônia de lançamento da nova linha de crédito, no Palácio do
Planalto.
As condições são válidas para imóveis
residenciais novos e usados, com quota de financiamento de até 80% do
valor do imóvel. O cliente poderá escolher entre os sistemas de
amortização SAC (com parcelas decrescentes), para contratos de até 360
meses, ou Price (parcelas fixas), para financiamento de até 240 meses.
No ano passado, o presidente da Caixa havia adiantado a intenção do banco em adotar o crédito habitacional pré-fixado.
Nesta quinta-feira, ele explicou que agora, os clientes têm três opções
de contratação: com correção pela Taxa Referencial (TR), definida pelo
Banco Central; pela inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA); ou sem correção.
“O que nós queremos oferecer para a
sociedade? Opções. Nós não queremos dizer para o cliente o que ele tem
que fazer. Então, nós oferecemos o crédito por TR, oferecemos pela
inflação, que neste governo está no nível mais baixo, e agora oferecemos
sem inflação e sem TR”, disse.
O crédito habitacional
com contratos corrigidos pela inflação foi adotado em agosto do ano
passado pela Caixa. Nessa modalidade, os juros variam de 2,95% a 4,95%.
Já pela TR, as taxas vão de 6,5% a 8,5%.
Durante seu discurso, o presidente Jair
Bolsonaro comentou as facilidades atuais do financiamento habitacional.
“Quem podia pensar um dia alguém falar em credito imobiliário com taxa
fixa? Meu pai morou em 20 imóveis de aluguel. Não precisa falar que
ficou inadimplente para mudar tanto assim. Hoje em dia não teria esse
problema”, brincou.
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes,
medidas como as anunciadas hoje pela Caixa mostram que o governo está
democratizando o acesso ao crédito, ao incluir “os brasileiros das
camadas mais humildes” no financiamento imobiliário. E isso só é
possível, segundo ele, porque as reformas estruturantes que estão sendo
implementadas estão permitindo que os juros desçam e a economia comece a
girar. Hoje, a taxa básica de juros, a Selic, está em 4,25% ao ano, o
menor nível da história.
“Quando fazemos política econômica estamos
pensando em todos os brasileiros e particularmente nos mais humildes. O
modelo antigo, com juros lá em cima, transformava os empresários, os
empreendedores brasileiros, em rentistas, em vez de fazerem
investimentos e criarem empregos. E justamente as famílias mais
humildes, empregadas domésticas inclusive, a quem eu peço desculpa se
puder ter ofendido, dizendo que a mãe do meu pai foi empregada
doméstica. Qual o problema de fazer uma referência como essa, mostrando
que os preços estão empurrando a população em direções equivocadas? Um
Brasil cheio de belezas naturais e as pessoas pensando em não viajar
para o Nordeste, por exemplo, porque estava 50% mais caro ir para o
Nordeste brasileiro do que ir para o exterior”, disse Guedes.
A fala do ministro foi uma referência ao discurso que ele fez na semana passada
dizendo que o dólar mais alto desestimula a viagem de brasileiros ao
exterior. Na ocasião, ele aconselhou os turistas que deixem de ir para
outros países todos os anos e conheçam mais o Brasil.
Sistema de poupança e empréstimos
Em 2019, a Caixa concedeu R$ 26,6 bilhões em
crédito imobiliário pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos
(SBPE), que têm recursos captados, principalmente, dos depósitos de
poupança pelos bancos e outras instituições financeiras.
Os clientes podem fazer simulações e saber mais sobre as modalidades de financiamento no site da Caixa.