A Associação Brasileira dos Condutores de
Veículos Automotores (Abrava) vai manter o chamado de paralisação
nacional para a categoria até hoje. Enquanto isso, os petroleiros, em
greve desde o dia primeiro deste mês, avaliam um posicionamento em
resposta à decisão monocrática do ministro do Tribunal Superior do
Trabalho (TST) Ives Gandra, que considerou a paralisação abusiva e
ilegal.
Em sua página na internet, a Federação Única dos
Petroleiros (FUP) afirmou que vai deliberar coletivamente em assembleias
com os sindicatos filiados os rumos do movimento e que vai recorrer da
decisão. Enquanto isso, a indicação é de que os funcionários da
Petrobras continuem de braços cruzados.
"O tempo para a gente discutir saídas para essa greve
não pode ser discutido numa mensagem de rede social. Vamos conversar com
os nossos sindicatos e com a nossa base para definir o melhor caminho
que a federação e os seus sindicatos irão tomar", afirmou o diretor da
FUP Tadeu Porto, um dos integrantes da comissão montada para negociar
com a direção da empresa.
Já o presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido
como Chorão, diz que a "orientação é que a categoria pare em casa, faça
manutenção do veículo, pare em postos de gasolina com faixas de defesa
da pauta e não crie bloqueios em rodovias". A mobilização deve ocorrer
das 6 às 18h, segundo a Abrava.
A paralisação dos caminhoneiros já estava marcada para o
dia 19 quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgaria três ações que
contestam a constitucionalidade da política de tabelamento de frete
rodoviário. A votação, contudo, foi adiada para 10 de março, quando
entidades contrárias e favoráveis ao tema vão se reunir em uma audiência
de conciliação na Suprema Corte.
Apesar do adiamento da pauta, Chorão diz que a
mobilização pretende mostrar que os caminhoneiros estão atentos ao tema e
organizados para defesa da constitucionalidade do piso mínimo. "Vamos
mostrar que não vamos voltar atrás. Não vamos aceitar retrocesso. O piso
foi um direito que conquistamos e queremos seu cumprimento", afirma
Chorão.
O presidente da Abrava, que foi um dos principais
representantes dos caminhoneiros na greve que parou o País em maio de
2018, considera que o movimento marcado para terça e quarta não vai ser
semelhante e tão expressivo quanto o do passado. "A ideia é mostrar que
estamos mobilizados mas, se depois, em março, tirarem o nosso direito
(de piso mínimo para o frete), sem dúvidas teremos de tomar medidas mais
drásticas para mostrar a importância do setor", argumenta o líder,
ressaltando que a orientação é manter o fluxo normal das rodovias nos
dois dias de protesto. Segundo ele, na manhã desta terça-feira, já foram
observados pontos de paralisação em Montes Claros (MG).
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Transportes e Logística (CNTTL) também convocou protestos desde
segunda-feira até hoje para reivindicar que o STF julgue a
constitucionalidade do piso. (Com Agência Estado)