As discussões internas do Partido dos
Trabalhadores para a escolha do nome que concorrerá à Prefeitura de
Fortaleza ganharam mais um capítulo. A deputada federal e ex-prefeita
Luizianne Lins solicitou por meio de uma carta divulgada na noite da
última quinta-feira, 30, que o Diretório Municipal do PT antecipe a
escolha do candidato ao Paço Municipal.
A parlamentar quer que a definição do partido ocorra já
em fevereiro. Luizianne, um dos nomes cotados para a vaga, alega que o
PT tem a "responsabilidade de organizar a resistência" e deve se
preparar para uma disputa acirrada. Segundo ela, as eleições deste ano
são parte importante desse processo de disputa.
"Creio que é muito importante que o PT defina, o mais
breve possível, o nome que irá apresentar para a próxima disputa
municipal de Fortaleza", afirma Luizianne na carta.
A deputada deve procurar o governador Camilo Santana
(PT), aliado político do prefeito Roberto Cláudio (PDT), para enfatizar o
pedido. No comunicado, ela reforçou que a sigla terá candidatura
própria e que não há chance de apoiar nome fora do partido.
O vereador Guilherme Sampaio, presidente do Diretório
Municipal da sigla e outro nome cotado para representar o PT na disputa,
alega que não foi procurado e não chegou a receber a carta da
correligionária. Ele afirma que na próxima semana estará reunido com o
presidente Lula e com a comissão designada para tratar da situação das
capitais.
"A partir disso, há um processo natural dentro do PT
de construirmos no diálogo com nossas bancadas, com o governador, e,
principalmente, com as bases do partido, o processo de definição de
nossa candidatura", explica, destacando que tão importante quanto a
rapidez das deliberações é a unidade resultante do processo.
"Em Fortaleza já estamos nos preparando para o processo
eleitoral desde a primeira reunião da nova Executiva, ocorrida no
início deste ano", conclui Guilherme, que encontra-se em viagem de
férias.
Presidente estadual do PT, Antônio Filho, o Conin,
revela que deve conversar com Luizianne para achar uma "melhor solução"
para o pedido feito por ela. Ele defende que o diálogo é o caminho a ser
seguido. "Nós vamos conversar com ela, para saber como está pensando em
construir esse calendário. É uma decisão em comum acordo, quando o
Guilherme chegar (de viagem), acredito que conseguiremos construir um
consenso sem maiores dificuldades", pontua.
O curto tempo de campanha (45 dias) é um fator
importante na avaliação de Conin, ressaltando que a análise feita por
Luizianne tem uma lógica que merece atenção. "A pré-campanha tem uma
importância tão grande ou até maior do que a própria campanha. Com uma
antecipação, é evidente que teríamos mais tempo para nos preparar e para
que o pré-candidato definido articulasse suas alianças e já pudesse
chegar na campanha em si com um acúmulo de decisões maior. Tem uma
lógica no pedido", finaliza.