Com a aposentadoria garantida, o
ex-presidente acumula uma pensão no valor de mais de R$ 30.400,00 como
ex-governador do Maranhão e outra de mais de RS 14.200,00 como servidor
aposentado do Tribunal de Justiça maranhense, e mais quase RS 30.000,00
como ex-senador.
O ex-presidente da República e Senado,
José Sarney (PMDB), entrou na justiça com um pedido para manter a sua
tripla aposentadoria de R$ 73 mil por mês, valor que é mais que o dobro
do teto constitucional para um servidor público no Brasil, hoje fixado
em R$ 33,7 mil. Segundo as grandes mídias, a Justiça Federal o condenou a
devolver aos cofres públicos tudo o que recebeu acima deste teto desde
2005, porém o Estado “perdeu o prazo” para a cobrança.
Com a aposentadoria garantida, o
ex-presidente acumula uma pensão no valor de mais de R$ 30.400,00 como
ex-governador do Maranhão e outra de mais de RS 14.200,00 como servidor
aposentado do Tribunal de Justiça maranhense, e mais quase RS 30.000,00
como ex-senador.
Assim como ele, muitos outros políticos
recebem um salário bastante parecido, e ainda com o quebra-galho de
benefícios como auxílio-alimentação, auxílio-moradia, auxílio-paletó
(!), verba indenizatória, verba para pagamento de assessores e ainda uma
cota para manutenção de gabinete.
Enquanto isso, os trabalhadores se
deparam com o futuro e a vida ameaçados, com os assustadores níveis de
desemprego, a aprovação da terceirização irrestrita, o fim da CLT e a
reforma da previdência, que significa na prática o fim do direito à
aposentadoria integral. Enquanto isso os governos seguem implementando
arrocho salarial e cada vez mais exploração sobre os trabalhadores, e os
privilégios imensuráveis dos políticos são constitucionais, ou, quando
descaradamente inconstitucionais, não são cortados pois há “prazos” para
que tal ação possa ser executada.
Esse é um dos muitos motivos que nós do
Esquerda Diário levantamos desde 2015 uma campanha para “Que todo
político ganhe igual a uma professora”, defendendo que todo juiz,
político ou cargos públicos sejam eleitos e que tenham seus mandatos
revogáveis, a fim de acabar com os privilégios vitalícios desta corja de
parasitas, pois desta forma eles se veriam obrigados a serem
servidores, e não mais usurpadores dos bens e do poder do povo,
aproveitando o sentimento de igualitarismo para fazer um questionamento
de classe. Esse regime é de privilégios para atender aos interesses da
elite e dos capitalistas.
Mas mais do que questionar esses
privilégios, é necessário que nos unifiquemos nacionalmente para
questionar e derrubar este regime político que há muito apodreceu.
Precisamos de um plano emergencial para sair da crise que os
capitalistas criaram, defendendo nossos empregos, nos colocando contra
as demissões, o arrocho salarial e a exploração.
Sabemos que eleger outros políticos de
nada resolveria. Sarney não é o primeiro e não será o último a acumular
altíssimos salários que foram conquistados em cima do suor de muitos
trabalhadores. Não há outra alternativa para nós, jovens, trabalhadores e
trabalhadoras, senão impor às centrais sindicais que, mais que chamar
simbolicamente um dia de paralisação geral, construam imediatamente um
plano de lutas, que abra espaço para que a classe trabalhadora entre em
cena e imponha uma Assembleia Constituinte, que questione todos os
privilégios, faça suas próprias leis e conquiste seus direitos com suas
próprias mãos.