Em nota conjunta
divulgada na noite desta sexta-feira (27), a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Comissão
Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns - Comissão Arns, a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileirade Imprensa
(ABI) alertam a população para que fique em casa, respeitando as
recomendações da ciência, a fim de evitar a propagação do novo
coronavírus (covid-19).
Segundo a nota, as estratégias de isolamento
social são fundamentais para conter o crescimento do número de pessoas
afetadas e “visam à organização dos serviços de saúde para lidar com
esta situação, que, apesar de grave, pode ser bem enfrentada por um
sistema de saúde organizado e bem dimensionado”.
Para as entidades, "a hora é de
enfrentamento desta pandemia com lucidez, responsabilidade e
solidariedade”. A nota é assinada pelos presidentes da CNBB, dom Walmor
Oliveira de Azevedo; da SBPC, Ildeu de Castro Moreira; da ABC, Luiz
Davidovich; da Comissão Arns, José Carlos Dias; da OAB, Felipe Santa
Cruz; e por Paulo Jeronimo de Sousa, da ABI.
Secretários de Saúde
O Conselho dos Secretários Estaduais de
Saúde (Conass) divulgou hoje uma carta na qual afirma que
“pronunciamentos e orientações conflitantes das autoridades sobre
medidas restritivas adotadas no enfrentamento do coronavírus geram
intranquilidade e insegurança”.
O texto destaca que cada dia de isolamento
social importa assim como cada vida brasileira importa. “Defendemos
irrestritamente as medidas sanitárias adotadas pelas unidades
federativas do país, pois não se pautam por cores partidárias ou de
qualquer outra natureza, e sim por critérios técnicos e científicos
observados ao redor do planeta”.
Segundo a nota, quanto mais alto for o pico
da doença no Brasil, mais alto será o número de pacientes graves a
demandar atendimento médico ao mesmo tempo, e, se a capacidade de leitos
for insuficiente, o número de óbitos aumentará.
Isolamento vertical
Também nesta sexta-feira, a Confederação
Nacional da Indústria (CNI) encaminhou ao presidente Jair Bolsonaro e
aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, do
Senado Federal, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia, uma carta em que propõe isolamento vertical na indústria. Dessa
maneira, apenas os grupos considerados de risco ficariam isolados para
evitar a covid-19.
Segundo a proposta, cerca de 9,4 milhões de
trabalhadores industriais deverão fazer exames rápidos a cada 15 dias.
“A evolução de casos da covid-19 na Coreia do Sul e na Alemanha
demonstra que, se bem executada, essa é uma estratégia eficiente para
promover o achatamento da curva de propagação do vírus, preservar vidas e
reduzir a pressão sobre o sistema de saúde”, justifica o presidente da
entidade Robson Andrade. “Ao mesmo tempo, facilita a retomada, ainda
que gradual das atividades produtivas”, acrescenta.