O coronavírus poderá
afetar uma das principais opções de lazer dos cariocas. Para evitar a
disseminação da doença, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel,
avisou que não serão toleradas aglomerações nas praias, principalmente
após a suspensão das aulas, o que pode levar multidões de jovens à
beira-mar. Se for preciso, o governador avisou que poderá acionar as
forças de segurança para dispersar os banhistas.
“Neste caso, tratando-se de uma epidemia,
não só o Corpo de Bombeiros, como a Defesa Civil, a Polícia Militar e a
Guarda Municipal serão chamados e nós não permitiremos aglomeração na
praia. O momento é de ficar em casa, para que a gente possa controlar
essa epidemia. E reavaliaremos, daqui a 15 dias, se manteremos essas
restrições mais graves”, disse Witzel.
O governador conversou com jornalistas no
jardim de inverno do Palácio Guanabara, evitando o tradicional auditório
fechado, quando detalhou o decreto assinado nesta sexta-feira (13), com
diversas medidas de enfrentamento à crise do coronavírus . Witzel esteve ao lado do secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, que também apelou para os cariocas evitarem as praias.
“A gente muda a cultura conforme a
necessidade. Estamos falando de risco de vidas. Não há o que se discutir
a questão de aglomerações em shows, em praias ou em qualquer lugar que
seja. Temos que seguir com muita seriedade todas as orientações que
estão sendo passadas”, reforçou o secretário.
Santos também se dirigiu aos fiéis e às
lideranças religiosas pedindo que evitem aglomerações nesses próximos
dias: “O papa, como líder de uma religião, deu o primeiro exemplo,
fazendo uma missa por videoconferência para não juntar pessoas. Cada um
dos líderes religiosos terá que ver como darão assistência espiritual
aos seus seguidores, sem que a gente coloque em risco as pessoas”.
Supermercados
O governador aproveitou para fazer um apelo à
população para que evitem compras em grande volume nos supermercados
com objetivo de estoques em casa. Ele inclusive ameaçou fechar
supermercados a fim de evitar tumultos.
“Não há risco de desabastecimento. Ninguém
precisa correr para estocar comida. Não há necessidade. Nós temos
condições tranquilamente de abastecer os supermercados, de acordo com a
necessidade. Pessoas que costumam fazer uso de restaurantes, vão se
restringir nos próximos 15 dias, o que evidentemente vai aumentar o
consumo das famílias. Mas não há necessidade de correria. Não temos
problema de desabastecimento. E, se preciso for, nós vamos fechar os
supermercados para não ter aglomeração e pânico”, disse o governador.
Witzel também fez uma apelo por ajuda ao
presidente Jair Bolsonaro. “Quero solicitar ao presidente que coloque à
disposição do nosso povo todos os meios das Forças Armadas, como
hospitais de campanha, leitos, recursos humanos. Peço que crie um
programa de compensação financeira utilizando as reservas cambiais, para
que nós não tenhamos um prejuízo a nossa população, aos servidores
públicos e ao estado do Rio de Janeiro”.