A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com sede no bairro
Precabura, poderá ganhar, em breve, um Programa de Pós Graduação (PPG)
em Saúde e Ambiente. O estudo vem sendo realizado desde o ano passado e
neste ano teve seu desdobramento com a realização de um seminário e uma
oficina que discutiu o tema, em fevereiro. A ideia é fomentar a produção
compartilhada de conhecimentos, envolvendo os saberes científicos e
populares.
O principal objetivo do programa e seu o maior desafio é
promover um curso transdisciplinar e inovador envolvendo os sujeitos
das pesquisas, rompendo com a tradicional relação sujeito/objeto das
pesquisas extrativas e interagindo com os mesmos nas discussões e
atividades, cenário que marca as iniciativas da área de Saúde e Ambiente
da Fundação no Ceará.
As motivações para a criação do programa são muitas,
como as crescentes demandas por justiça social e sanitária, aliadas a
crise ambiental queagravam os problemas de saúde da população;
acontaminação por agrotóxicos, a injustiça hídrica, os novos hábitos
alimentares associados a industrialização da alimentação e as mudanças
nos ambientes.
No Brasil, faltam profissionais capacitados,sejam
docentes e pesquisadores da área de saúde,que atuem na minimização
desses problemas, por isso faz-se cada vez mais necessário a formação de
profissionais com visão crítica, complexa e ampla sobre a realidade.
“Queremos fomentar um saber mais poderoso capaz de
alterar a realidade das pessoas na perspectiva da melhoria de sua
qualidade de vida, por isso a ideia de um programa que estimule
processos formativos, envolvendo o saber acadêmico, científico e o saber
popular, que muitas vezes é invisível, apesar de portar soluções para
muitos problemas”, explica o pesquisador Fernando Carneiro, coordenador
da área de Saúde e Ambiente da Fiocruz Ceará.
Conforme a Fiocruz, os debates continuarão ao longo de
2020 e a proposta de criação da pós será submetida à Capes em 2021. Caso
aprovado, o curso começa as atividades em 2022.