Um protesto pelas ruas do Crato marcou a luta do dia 8 de março,
comemorado como o Dia Internacional da Mulher. A concentração ocorreu na
Prefeitura Municipal, seguindo até a Praça da Sé.
Estiveram presentes entidades como o Sindicato das Trabalhadoras
Rurais, Frente de mulheres do Cariri, OAB Mulher sessão Crato, Sindicato
dos Docentes da Urca, Grupo de Valorização Negra do Cariri, mulheres
das comunidades quilombolas do Cariri, de terreiros entre outros. O
Demultran também esteve organizando o trânsito e fazendo a segurança na
passeata.
Nas reivindicações das mulheres e homens empáticos à causa estavam o
fim da violência contra a mulher, principalmente do feminicídio, melhor
qualidade de trabalho e condições para que as mãe possam frequentar as
faculdades.
A integrante do Conselho de Diversidade do Crato, Brendha Vlazack,
ressaltou a necessidade de políticas públicas para as mulheres trans e
travestis e do respeito.
A engenheira agrônoma Raquel Barros, presente na marcha, afirma que
esse movimento é nacional e pede “respeito, igualdade entre os gêneros e
o fim da violência”. Raquel aponta que o numero de feminicídios, quando
a mulher é morta por uma causa ligada ao seu gênero, aumentou
consideravelmente no último ano. “A gente está na rua lutando por
direitos e respeito”, afirma.
Em placas, cruzes e cartazes, mulheres que perderam a vida vítimas do machismo foram lembradas, Silvany, Geane, Rayane, Cidicleide entre outras muitas.
Estudantes do curso de Educação Física da Urca apontaram diversas
situações de assédio dentro das universidades, onde as alunas se sentem
acuadas e acabam não conseguindo denunciar.
O protesto finalizou na Praça da Sé, no banco onde Silvany Inácio de Sousa, de 26 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro, em agosto de 2018. O crime ocorreu no horário da missa e na frente de várias pessoas que estavam na praça.
“Ficamos felizes de tê-los aqui, mas tristes por ter que estar todos
os anos nas ruas gritando não ao feminicídio”, afirmou a comunicadora
Célia Rodrigues, em sua fala em frente ao local onde Silvany perdeu a
vida, lamentando por ter que repetir todos os anos o mesmo pedido por
paz pra as mulheres. “É preciso que não calemos nossas vozes” finaliza.
Badalo