O policial civil e pré-candidato a vereador
de Fortaleza Inspetor Alberto escolheu o Pros de Capitão Wagner (Pros)
para levar adiante o objetivo de garantir vaga na Câmara Municipal de
Fortaleza (CMFor) na eleição deste ano. Para poder entrar na disputa,
Alberto se desligou do gabinete parlamentar do deputado estadual André
Fernandes, onde prestava assessoria e de quem é aliado de primeira hora.
A ida para o Pros, inclusive, só ocorreu
depois de o policial ter recebido aval de Fernandes, segundo relata. O
plano inicial era de que o grupo político encabeçado pelo ex-youtuber e
pelo também deputado estadual Delegado Cavalcante comandasse o Aliança
pelo Brasil, que não conseguiu se viabilizar a tempo. Os dois ainda
permanecem no PSL, ainda que a contragosto.
O ex-partido de Bolsonaro é comandado pelo deputado
federal Heitor Freire, adversário dos dois e atualmente distante de
Bolsonaro. Para Freire, é estratégico manter os rivais no partido até
onde der, como tentativa de desgastá-los politicamente. Enquanto
pesselista, Fernandes fica impedido de tentar alçar eventual voo rumo ao
Paço, caso queira. Isso porque Freire deverá ser candidato. "Sigo firme
como pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza", disse Freire à
reportagem. Além disso, Fernandes e Cavalcante necessitam da filiação
para salvaguardar o mandato.
Inspetor Alberto conseguiu sair do PSL, mas, como o
Aliança não existe, o plano B foi o Pros. Além das bandeiras em comum, a
não existência do Aliança está entre os fatores que levará o policial
civil a apoiar Wagner na corrida à Prefeitura de Fortaleza que se
avizinha, caso não seja cancelada pela pandemia do novo coronavírus.
"Vou lutar pelo Capitão Wagner. Já que não pude lutar pelo André. Quero
que ele tire Fortaleza dos Ferreira Gomes e devolva para o povo."
Embora Fernandes tenha orientado Alberto a ir pro Pros,
ainda há indefinições quanto a quem ele apoiará, ou mesmo se encontrará
forma de sair do PSL e se lançar à disputa. Nas vezes em que foi
abordado sobre o tema pelo O POVO, invariavelmente respondeu que fará o que o presidente Jair Bolsonaro mandar. O POVO enviou novamente questionamentos à assessoria de imprensa dele sobre o assunto. A equipe disse que ele não falaria.
Além da Alberto no Pros, também desaguaram no partido o
ex-candidato a governador pelo PSL, Hélio Góis, assim como o suplente
de deputado Coronel Bezerra. Demais atores da direita local ligados a
Fernandes e Cavalcante foram para partidos que estão no arco de Wagner.
São líderes de movimentos conservadores espalhados pelo Estado. Casos de
Perpétua Aguiar filiada ao Avante, Alex Melo no PSC, e Carmelo Neto no
Republicanos, por exemplo.
Racha beneficia Wagner?
Ao largo do racha na direita ligada a Bolsonaro, passa Capitão Wagner. Segundo disse ao O POVO,
ele mantém conversas com os dois grupos em busca do apoio de ambos já
no primeiro turno da campanha. Como elegeu a segunda maior bancada da
Câmara dos Deputados, o apoio do PSL conferiria maior tempo
de televisão a ele, por exemplo. Na perspectiva da disputa, ele entende como positiva a possibilidade de Freire o apoiar já na primeira etapa da campanha e, também, conseguir manter Fernandes e Cavalcante no PSL. O cálculo de Wagner é de que os três fariam campanha para ele, ainda que destacassem as diferenças entre si durante a corrida.
Em nota, Freire disse que o PSL terá cerca de "250
pré-candidatos pleiteando espaço em câmaras municipais e prefeituras por
todo o Estado, todos apoiados por uma boa estrutura." Na Capital,
segundo prometeu, a chapa proporcional sairá completa, com 65 candidatos
a vereador.
o povo