Carros se concentraram na avenida Aguanambi,
em Fortaleza, na manhã deste domingo, 19, reivindicando decretação novo
Ato Institucional Número 5 (AI-5), instrumento da Ditadura Militar
(1964-1985) que cerceou liberdades, inclusive de manifestação. O
bloqueio do trânsito ocorreu entre as ruas Bonfim Sobrinho e Soriano
Albuquerque. Veículos foram encurralados por profissionais da PM, AMC e
Polícia Rodoviária Estadual.
A manifestação ocorreu mesmo com recomendação
do Ministério Público Federal (MPF) às autoridades de Segurança Pública
do Ceará para que fosse coibida. Em conjunto, procuradores da República
alegam que a carreata ia de encontro às ações de combate à pandemia
adotadas em plano Federal, Estadual e Municipal. Eles atentaram ainda
para o conteúdo anticonstitucional do protesto, que abertamente acena
com ruptura institucional e democrática.
Durante passeata, manifestantes também pediam o retorno
à “normalidade”. Desde o dia 1º de abril, o governador Camilo Santana
decretou estado de calamidade público no Ceará em razão da pandemia do
novo coronavírus. Decreto reforça a necessidade do isolamento social
para impedir a contaminação do vírus, série de restrições ao
funcionamento do comércio e outras instâncias. Mais de 3 mil pessoas
estão contaminados com a Covid-19 no Estado.
Os carros seguiram em rumo a 10º Região Militar, na
Avenida Alberto Nepomuceno, no Centro. Manifestantes seguravam faixas
com frase como "Generais, salvem o Brasil do comunismo." A reportagem do
O POVO foi expulsa do local a gritos.
A AMC atua desde às 9h20min no apoio à Polícia Militar
no isolamento, controle, fiscalização do trânsito e dispersão dos
manifestantes. De acordo com a Autarquia, por volta das 11h20min as vias
já estavam liberadas na Avenida dos Expedicionários com a av. 13 de
Maio.
o Povo