Pelo roteiro traçado pelos políticos, e compartilhado com Bolsonaro, Moro não poderá revelar nada grave sobre sua relação com o presidente no período em que esteve no Ministério da Justiça sem incorrer também ele em crime de prevaricação.
“Como o ministro vai explicar que deixou escapar um crime do presidente da República? É claro que ele não pode ir tão longe nessa história”, diz um parlamentar do PP.
Outro interlocutor do PSD avalia que tanto o Congresso quanto o STF não irão se empenhar para respaldar as denúncias de Moro nesse momento. Por um motivo simples.
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“Ninguém gosta do Moro no Congresso e no Supremo. Vão deixar esse
negócio dele morrer, até porque a gente sabe que o Bolsonaro achará
outra forma de complicar seu próprio governo”, diz o interlocutor,
ironizando a capacidade do presidente de gerar crises no Planalto.Moro, na avaliação dos caciques do centrão, ainda terá vida dura com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O chefe da PGR tratou de registrar detalhadamente, no pedido de abertura de inquérito, cada denúncia feita por Moro. A partir daí, forçará o ministro a liberar suas provas.
Se Bolsonaro de fato cometeu crime de obstrução de Justiça e abusou de suas funções para receber informações privilegiadas da Polícia Federal, Moro terá de explicar por que não adotou providências quando teve conhecimento de tais crimes.
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