A cloroquina e a hidroxicloroquina
passaram a integrar oficialmente o protocolo de atendimento de
pacientes no Ceará diagnosticados com a Covid-19, doença causada pelo
novo coronavírus.
O documento que detalha a aplicação do medicamento foi
divulgado neste sábado, 11. Junto com a substância, o protocolo
recomenda uso, a depender da situação, de terapia antiviral para
influenza, profilaxia de trombose venosa profunda e corticoterapia.
Até agora, o Estado registra 74 óbitos e 1.668 casos confirmados da enfermidade desde 15 de março, quando as três primeiras pessoas foram infectadas pela doença.
Secretário da Saúde do Estado, Carlos Roberto Martins Rodrigues, o Cabeto, disse ao O POVO que
“as poucas evidências que temos fazem com que a gente coloque a
cloroquina no início da internação, assim como outras estratégias
previstas no protocolo”.
A cartilha de atendimento de suspeitos de Covid-19 divide-se em quatro estágios.
O primeiro, ainda em casa, de autoavaliação. O segundo, nas Unidades de
Pronto Atendimento ou emergência, prevê atendimento médico.
O terceiro estágio do protocolo inclui internação
hospitalar com utilização da cloroquina e o quarto, encaminhamento para
leito de UTI, com uso da ventilação mecânica.
Uniformização do atendimento
De acordo com Cabeto, o passo a passo pode ser usado por municípios, hospitais e outras unidades autorizadas.“Fizemos
um protocolo bem objetivo para que as pessoas pudessem uniformizar o
atendimento. E a cloroquina entrou, evidentemente, em nível de
internação”, explica.
Uma nota técnica da Sesa informa que os
“estabelecimentos que receberão cloroquina e hidroxi deverão ser
hospitais, preferencialmente aqueles com plano de contingência para
Covid-19 e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)”.
Nova ferramenta de combate ao coronavírus no Ceará
Ainda conforme o secretário, o Ceará prepara também uma nova ferramenta no combate ao coronavírus.
“O Estado está fazendo uma coisa chamada ‘Registro
Covid’, que é um protocolo de preenchimento no qual todos os casos serão
analisados detalhadamente por semana”, continua Cabeto”, “para que a
gente possa medir as implicações de benefícios terapêuticos em cada
situação específica”.
O médico acrescenta que a função desse novo processo é
ajudar a acumular “dados científicos para fortalecer essas indicações
(de uso de remédios como a cloroquina) que são, do ponto de vista
científico, muito vulneráveis”.
o povo