O decreto do prefeito
do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que torna obrigatório o uso de
máscara facial para quem sair às ruas e circular nos estabelecimentos
abertos ao público ou nos meios de transportes públicos ou privados da
cidade foi publicado hoje (18) em uma edição extraordinária do Diário
Oficial do Município. O uso das máscaras deve ocorrer também em locais
como praias, lagoas e praças.
“É importante dizer que as máscaras que
estamos tornando o uso obrigatório são as comuns, feitas em casa. As
profissionais, conforme o Ministério da Saúde, vamos deixar para os
profissionais da saúde. Se todo mundo for usar a máscara profissional,
vai faltar para dentro do hospital. As que estamos pedindo para as
pessoas usarem são as caseiras”, disse Crivella durante coletiva no
Riocentro, onde está instalado o Gabinete de Crise.
No decreto, o prefeito dá o prazo de cinco
dias, a partir da publicação, para que a medida entre em vigor, que
passará a valer na quinta-feira (23). As pessoas que estiverem sem as
máscaras poderão ser impedidas de usar o transporte público ou de entrar
nos estabelecimentos autorizados a funcionar durante a pandemia do novo
coronavírus.
Quem desobedecer a determinação está sujeito
a pagamento de multa por deixar de executar, dificultar ou se opor à
execução de medidas sanitárias, que visem à prevenção das doenças
transmissíveis e sua disseminação, à preservação e à manutenção de
saúde.
Conscientização
Para o prefeito, o melhor efeito da medida
não é a punição, mas a conscientização da população quanto a sua
necessidade para evitar o aumento da contaminação.
“Nós estamos tomando medidas, sempre com
muito equilíbrio consultando o Comitê Cientifico e nosso Gabinete de
Crise”, disse, acrescentando, que quando o uso se espalhar, o próprio
cidadão vai alertar alguém que não estiver com ela.
Crivella afirmou ainda que a medida será por
um período determinado até que comece a ter a reversão da curva de
contaminação pelo novo coronavírus. O prefeito voltou a mostrar
preocupação com o percentual de leitos ocupados no Rio.
“Elas [as medidas adotadas] são paralelas à
gravidade que observamos chegamos a um ponto de 86%, 87% de leitos de
UTI no município preenchidos”.
Cartilha
A prefeitura decidiu também publicar em
anexo ao decreto, uma cartilha com a orientação para a confecção das
máscaras e como elas devem ser higienizadas. “As máscaras devem,
preferencialmente, ser confeccionadas em tecido de algodão porque vai
causar menos desconforto e irritação de pele. Em número de cinco a cada
usuário, essa é uma recomendação, e uma utilização não compartilhada.
Isso é muito importante”, disse o secretário especial da prefeitura,
Ailton Cardoso.
O secretário destacou ainda que os pacientes
contaminados ou com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus só
devem usar as máscaras caseiras, se não tiverem a disponibilidade das
profissionais, que são as indicadas para estes casos.
A prefeitura decidiu também distribuir, a
partir desta segunda-feira (20), em estações do BRT, um milhão de um
novo tipo de máscara biodegradável, feita de celulose e com design mais
eficiente para evitar a contaminação do lado interno.
“É um material reciclado, que você usa um
dia e depois joga fora. É simples, de fácil manuseio e permite que você
coloque no rosto sem contato das mãos com a parede interna da máscara –
informou o secretário de Ordem Pública, Guttemberg Fonsesa, que é também
gestor do Gabinete de Crise da prefeitura contra a Covid-19.
Cabines
Ainda na coletiva, a prefeitura anunciou a
instalação de cabines de desinfecção em pontos de maior circulação de
pessoas como a Central do Brasil e estações do Metrô, barcas e BRT, além
do Hospital de Campanha do Riocentro. Fonseca disse que a cabine tem um
sensor que identifica a entrada da pessoa e no mesmo momento solta um
pulverizador que faz a desinfecção.
“A pessoa entra e não sai encharcada. É uma
pulverização para a desinfecção da pessoa que por ali passa. O objetivo
da prefeitura é ter uma inicialmente aqui no Hospital de Campanha para
atender médicos enfermeiros e todos que vão atuar”, disse, destacando a
possibilidade de instalar cabines em outras localidades.
Crivella voltou a falar da contratação de
leitos privados para a internação de pessoas com casos mais graves de
Covid-19 e acrescentou que a prefeitura poderá pagar até 1 mil leitos. O
edital para a contratação desses leitos já foi lançado pelo município.
Quanto ao Hospital de Campanha do Riocentro, o prefeito informou que a
unidade estará pronta daqui a dois dias com 400 leitos clínicos e 100 de
UTI, incluindo ainda centro de imagem e o centro cirúrgico.