A Embraer disse hoje
(25) que a Boeing rescindiu indevidamente o contrato de parceria
anunciado em 2018. A empresa divulgou uma nota após a Boeing ter
informado que rescindiu o contrato que previa a formação de uma joint venture
com 80% de participação da Boeing e 20% da Embraer. Na nota a Embraer
acusa a Boeing de ter fabricado "falsas alegações" para evitar cumprir o
fechamento da transação e pagar à Embraer o preço de compra de US$ 4,2
bilhões.
"A empresa acredita que a Boeing adotou um
padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA [Acordo Global
da Operação, na sigla em inglês], devido à falta de vontade em concluir
a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas
comerciais e de reputação", diz a nota.
A Embraer informou ainda que não descumpriu
as obrigações contratuais, motivo alegado pela Boeing para rescindir o
contrato, e que buscará as medidas cabíveis contra a fabricante
americana, "pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido
e da violação do MTA".
Ontem (24), era a data limite para realizar a
rescisão. Pelo acordo de parceria, a nova empresa seria composta pelo
negócio de aviação comercial da Embraer e também para desenvolver novos
mercados para o avião cargueiro KC-390, rebatizado de C-390 Millenium.
“Há vários meses temos mantido negociações
produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas,
mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas. O
objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão
inicial, o que não aconteceu”, disse o presidente da Boeing para a
parceria com a Embraer, Marc Allen em comunicado ao mercado.