Grávida de 36 semanas, a dona de casa Liziane Orestes, 41 anos, teve que realizar o parto de emergência em Maracanaú, na Grande Fortaleza, após sentir os primeiros sintomas da Covid-19.
Marcada para a próxima segunda-feira (27), a cirurgia aconteceu às 4h40
da última quinta-feira (23) porque a gestante passou a sentir falta de
ar. A confirmação de que a Liziane estava com o novo coronavírus
aconteceu somente após o parto e quando ela já estava entubada. Até a
manhã deste domingo, a mulher seguia internada e entubada.
O Ceará já registrou 327 mortes e 5.833 casos de Covid-19, segundo dados atualizados até às 9h deste domingo (25).
Os primeiros sintomas da Covid-19 na dona de casa surgiram na manhã de quarta-feira (22), quando ela foi para consulta do pré-natal.
A consulta de rotina, porém, foi muito
além do protocolo de análise do desenvolvimento da bebê. Ela teve que ir
para o balão de oxigênio, mas, sem melhora, a equipe médica decidiu
antecipar o parto. De acordo com Emily Mendes, prima da paciente, ela
foi transferida no mesmo dia para uma maternidade, na Capital.
“Ela se mostrou muito preocupada
tanto com ela quanto com a criança”, detalha Emily. Ao chegar na
segunda unidade, recebeu os primeiros atendimentos. “Os médicos fizeram
de imediato o teste da Covid-19, examinaram ela e a bebê. Eles
resolveram fazer um parto de urgência, pois ela estava muito cansada”,
lembra.
Cirurgia
Maria Ester nasceu às 4h40 da quinta-feira (23). A mãe precisou ser entubada logo após o parto, antes mesmo da confirmação da doença pandêmica, que aconteceu às 10h do mesmo dia. Ela foi encaminhada para outro hospital e, desde então, segue internada com o mesmo suporte que ajuda na respiração.
A velocidade com que a dona de casa evoluiu por consequência
do coronavírus preocupa familiares, que alimentam esperanças a cada
atualização do quadro de saúde de Liziane. “Ontem (sexta) à noite, os
médicos ligaram pra gente e falaram que o caso dela é estável. Eles
disseram pra gente pedir força a Deus porque eles estão medicando e
tentando controlar os pulmões dela”.
Ela e o marido planejavam fazer um chá de fraldas,
mas o isolamento social fez o casal desistir da ideia. Por esses
motivos, conta Emily, a recém nascida tem poucos mantimentos. Os
familiares organizaram uma campanha para arrecadar fraldas e leite, já
que a bebê não pode ser amamentada pela mãe.
“A Ester veio ao mundo de forma
inesperada e no meio de uma pandemia que estamos vivendo. E aí muita
gente está doando diretamente na conta da avó da bebê, outras dão o
endereço e a gente vai buscar. Tem sido uma verdadeira corrente de bem”,
avalia.
Conteúdo: G1