Ministra Damares Alves teme por um aumento nos casos de violência doméstica.
A ministra Damares Alves declarou, em
entrevista ao portal UOL, nesta sexta-feira (10), que aguarda um boom de
registros de violência doméstica durante a quarentena. Só no Rio de
Janeiro houve um aumento de 50% dos casos depois que o Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou um aplicativo que
registra denúncias, além de um atendimento às vítimas pelo site da
ouvidoria do MDH.
– A mulher precisa acreditar que hoje a
rede de proteção tem dado algumas respostas e não só o poder público.
Encontramos na sociedade um movimento de apoio de inúmeras instituições.
A mulher que quer denunciar terá uma resposta. E se, ao procurar um
serviço de proteção, ela verificar que não tem para onde ir, a
responsabilidade de proteção é do estado. Que as mulheres saibam que não
são obrigadas a ficar de quarentena sob o mesmo teto que um agressor.
Com um rotina que lhe permite dormir
apenas entre 3 e 4 horas por dia, a ministra revelou que fez o teste
para o coronavírus e deu negativo. Ela estava com uma suspeita de gripe e
sua filha indígena faz parte do grupo vulnerável à infecção.
– A gente precisa começar a voltar para o
trabalho. Concordo com o presidente que o isolamento vertical vai
funcionar, separando o grupo de risco. Algumas pessoas precisam sair
para trabalhar: esse país não pode parar. Estamos com muitos mortos e
uma vida vale mais que o mundo inteiro. Nosso presidente está com o
coração nisso.
Damares deseja que o Brasil entenda as
angústias de Bolsonaro e defendeu que as igrejas permaneçam abertas, mas
sem grandes aglomerações porque haverá um momento em que as
instituições religiosas serão necessárias por ter “um papel importante
no conforto, no consolo e na ajuda emergencial”.
Questionada sobre a vontade de encontrar
um dos pastores que a estuprou na infância, a ministra disse que
conheceu outra vítima do homem durante uma de suas palestras. Apesar de
não ter empatia por seu agressor, Damares garante que o perdoou e que só
Jesus pode libertá-lo do inferno.
– Resolvi ter um encontro com ele, mas
não recomendo para ninguém. Não é uma terapia. Estou escrevendo sobre
abuso, fazendo uma grande pesquisa e quero saber quantas mais ele
estuprou e o modus operandi dele. Temos que aprender a lidar com esse
sofrimento. Eu me considero uma mulher curada, mas eu choro quando eu
conto minha história.
(P. News)