O presidente da República, Jair Bolsonaro, aproveitou a Sexta-feira Santa para fazer um novo passeio por Brasília,
contrariando novamente as recomendações sanitárias de isolamento social
para evitar a propagação do novo coronavírus. Bolsonaro deixou o
Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, pouco depois das
9 horas. Na saída, a comitiva do presidente evitou passar pela portaria
principal, onde tradicionalmente os jornalistas e apoiadores permanecem
à espera de Bolsonaro.
Ele se dirigiu primeiro ao Hospital das Forças Armadas (HFA).
Ainda não há informações oficiais sobre o motivo da visita ao HFA.
Questionado, ele não quis dizer o que foi fazer no hospital. Na agenda
oficial não constava esse compromisso.
Em seguida, às 10h30min, o presidente parou em uma drogaria, onde tirou fotos com apoiadores. "Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir", afirmou. Ao ser indagado sobre o que comprou na farmácia, ele não quis dizer.
Ministério recomenda evitar aglomerações
A recomendação do Ministério da Saúde é permanecer em casa e evitar
aglomerações, como forma de não facilitar a transmissão do novo
coronavírus.
Ao sair da drogaria, Bolsonaro foi para o Sudoeste, uma das regiões
administrativas do Distrito Federal. Ele visitou o filho Renan e, na
saída, ouviu gritos de apoio e de críticas. Depois, voltou ao Alvorada.
Outros passeios
Na quinta-feira, Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto e foi a uma
padaria da Asa Norte de Brasília, onde comeu um pão doce e bebeu
refrigerante.
Segundo decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha
(MDB), o comércio pode vender alimentos, mas não é permitido comer no
local. Nas imagens, é possível ver que o presidente da República abraçou
funcionários do local, cumprimentou pessoas com abraços e apertos de
mão, além de posar para fotos. Também há sons de vaias e de algumas
panelas em vídeos registrados.
No dia 29 de março, Bolsonaro já havia quebrado o isolamento ao percorrer comércios em Taguatinga e Ceilândia,
regiões administrativas do Distrito Federal. O passeio havia ocorrido
um dia após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçar o
pedido para que as pessoas mantenham o distanciamento social.
Bolsonaro tem reiterado seu posicionamento contrário ao isolamento
social como método para conter a epidemia de coronavírus. Ele considera
que esse método prejudica a economia, responsabiliza os governadores que
determinaram o fechamento de lojas e defende a reabertura do comércio.
o povo