Maria e Vanderlan fazem parte dos cerca de
40 milhões de trabalhadores brasileiros informais, os mais afetados pela
pandemia do novo coronavírus, segundo apontam dados recentes do IBGE.
Apesar de não ser possível afirmar com precisão, visto que esses
trabalhadores não estão cadastrados em nenhum banco de dados, estima-se
que eles representem por volta de 40% da força de trabalho nacional -
índice que pode chegar, em alguns estados do Nordeste, a 60% da força de
trabalho local.
O Nordeste pode ser uma das regiões mais impactadas
pelo esperado aumento de informalidade, por já possuir números
expressivos de trabalhadores fora do mercado formal - assim como a
região Norte do País, aponta Wallace Souza, doutor em Economia e
professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). No entanto, essa é
uma mudança que deve ocorrer em todo o País, afetando milhares de
trabalhadores e fazendo com que os empregos precisem ser ressignificados
e, muitas vezes, substituídos por novos meios de se obter renda.
"Essa situação ainda deve durar muito, porque setores
informais de serviços não possuem recuperação rápida. Quem costumava ir a
um restaurante duas vezes por semana não irá começar a ir quatro vezes
por semana quando a pandemia acabar. A tendência é que haja uma certa
demora no pós-pandemia para haver uma recuperação real, mas é difícil
fazer projeções, visto que a própria duração da pandemia ainda é
incerta", ressalta.
o Povo