Há
exatamente um ano, familiares da jovem Danielle Oliveira Silva, sentiam
uma dor incomparável ao saberem que Danielle foi encontrada morta no
sítio da família.
Filha de pequenos produtores rurais que
fabricam queijo, Danielle cursava faculdade de administração, tinha uma
loja na cidade e ajudava seus pais na produção dos queijos.
“Zé do Valério”
O assassino cruel José Pereira da Costa,
era conhecido da família de Danielle e ajudava nos cuidados dos animais
no sítio, onde Danielle foi encontrada sem vida. Até então, “Zé do
Valério” tinha a confiança dos pais da vítima, que jamais imaginavam que
o vaqueiro fosse um psicopata que cometera vários outros crimes.
Ao ser preso, três meses após ter estuprado e assassinado a universitária, “Zé do Valério” confessou que teria matado uma outra mulher e ainda atentado contra vida de um ex-patrão, esses crimes aconteceram entre os anos de 2013 e 2019.
Seu ataque à primeira vítima ocorreu em
19 de abril de 2013 na localidade de Açude Quebrado, no Sítio Barracão
de Zinco, na zona rural do Município de Tauá, nos Inhamuns (a 337Km de
Fortaleza). Ele assassinou a tiros a comerciante Maria Solange Cesário, então com 39 anos;
e depois, com a mesma arma de fogo, tentou matar o marido dela, Tércio
Fernandes Cunha, 49 anos, que recebeu três tiros, um deles na boca, mas
resistiu.
No dia 16 de outubro de 2014, em Quixelô, “Zé do Valério” abordou duas jovens que trafegavam em uma motocicleta e as arrastou para o matagal.
“Em seguida as amarrou, depois
começou a praticar atos libidinosos, beijando, acariciando, tentando
tirar as roupas delas. Como houve reação da parte das duas, ele não
conseguiu cometer o ato e fugiu levando os bens das vítimas e a moto de
uma terceira pessoa para quem ela trabalhava. Na época foi registrado um
boletim no município de Quixelô e na época não conseguiu localizar o
acusado”, explicação do delegado da Polícia Civil de Iguatu sobre o referido caso.
Buscas pelo vaqueiro assassino
“Zé do Valério” percorreu aproximadamente 278 quilômetros até ser preso no estado do Piauí, na localidade de Buriti dos Montes, onde estava morando há alguns dias na beira de um rio.
Durante sua fuga, o vaqueiro roubou uma motocicleta, invadiu uma casa e furtou comida. Ele foi perseguido pelas cidades de Pedra Branca, Independência, Crateús, Senador Pompeu e Buriti dos Montes.
Outros vaqueiros, com aparência
semelhante a do assassino, foram confundidos com “Zé do Valério”. Um
deles quase foi linchado por populares.
Júri popular
Em dezembro de 2019, a promotoria do
Ministério Púbico do Ceará requereu o recebimento e a autuação de uma
denúncia, pedindo que “Zé do Valério” fosse pronunciado e posteriormente
condenado pelo Tribunal do Júri por crime de homicídio por motivo
torpe, meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Além
disso, considerou evidente se tratar de feminicídio, já que o assassinato foi praticado mediante menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
O magistrado indeferiu ao réu o direito
de recorrer em liberdade, “haja vista que persistem os pressupostos
autorizadores da prisão cautelar do mesmo, consoante fundamentado no
auto de prisão em flagrante”
Um ano depois do crime cruel, o vaqueiro “Zé do Valério” aguarda, encarcerado no presídio de Itaitinga, seu julgamento popular que ainda não tem data marcada.
A família, assim como todos cearenses
que acompanharam o caso, anseia que o assassino seja julgado pelos
crimes que cometeu e que, definitivamente, a justiça seja feita.
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