O Instituto Ampla Pesquisa apresentou estudo estatístico que aponta a
probabilidade de pico de infecção do novo coronavírus no Ceará entre os
dias 25 e 27 de abril, com estimativa de 3087 a 4100 casos confirmados, e
repico no período de 20 a 30 de maio. A análise parte de dados
coletados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) entre 15 de março e
16 de abril e prevê, com base noa tual crescimento, que haverá uma média
de 80 pessoas aguardando atendimento e mais 80 esperando por vagas em
leitos.
Ainda com base na atual taxa de atendimento do sistema de saúde, a
pesquisa aponta que o tempo médio de espera na fila será de 9 dias e,
para ser atendido, de 10 dias.“O sistema irá entrar em colapso e com
isso, a taxa de contaminação tende a acelerar”, elenca o relatório do
Ampla Pesquisa ao tratar sobre a probabilidade de dois picos seguidos.
Conforme o diretor do Instituto, Agliberto Ribeiro, "o importante será
monitorar a evolução de novos casos nos próximos dias, pois será esse
cenário que vai refletir claramente relaxamento do isolamento social
visto nas ruas e noticiados diariamente pela imprensa".
Até esta quinta-feira (16), a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa)
contabiliza 135 óbitos e 2412 casos de infecção no Ceará, com um
percentual de 5,6% de mortos em relação ao total de contaminados pelos
vírus. Com adoção de isolamento social, o Estado apresentou uma taxa
média de 6,5% de crescimento entre o período de 8 a 16 de abril,
evidenciando estabilidade.
Velocidade do crescimento
A análise da velocidade do crescimento entre os dias pode apontar uma
estabilidade ou aceleração dos casos. Entre os dias 22 a 31 de março, a
curva de crescimento foi observada como amortecida, segundo o Instituto.
A taxa média de crescimento nos dias 29 e 30 de março foi de 6,41%,
enquanto dos dias 30 a 31, do mesmo mês, foi de 4,96%. Na virada entre
31 de março e 1 de abril já houve um aumento para 10,97%, apesar de se
manter dentro da normalidade.
Do dia 1 a 2 de abril, a aceleração foi de 26,52%, tendo outra taxa de
crescimento no dia 6, com 24,30%. Já entre 8 a 16 de abril, o
crescimento voltou a baixar, mantendo uma estabilidade de 7,3%. Para a
pesquisa, a aceleração no começo de abril pode estar relacionado com o
relaxamento da população ao isolamento e, caso ocorra um aumento de
circulação nas ruas, a consequência deverá refletir na curva das
próximas semanas.