Nicolau Neto com o exemplar do livro Resgatando uma História de Fé: Benigna. |
Raimundo
Sandro Cidrão é professor, artista plástico, membro da Academia de Letras do
Brasil/Seccional Araripe e um dos grandes amigos que tenho. Nascido em 22 de
março de 1962 em Santana do Cariri, ele é considerado um dos escritores do
cariri de grande destaque com mais de dez obras, o que lhe coloca como um
legítimo representante da Literatura Regional.
Dentre
elas, destaco para esta nova série do Blog “Análise de Livros Que Li” a obra “Resgatando uma História de Fé: Benigna”
publicada em 2014. Sandro possui formação em letras, mas a paixão pela ciência
histórica o fez enveredar pela escrita da história de seu município e em
particular de algumas personalidades deste.
Desde
a infância é envolvido em ambientes religiosos e foi justamente essa ambiência
que contribuiu para que viesse escrever esse livro. Cresceu nutrindo forte
devoção por Benigna que, segundo ele, é “aquela
que todos invocam como ‘Santa Benigna’, a mártir que morreu pela castidade, nas
proximidades da cacimba do Sítio Oiti dos Cirineus”.
Seu envolvimento
religioso com Benigna é ampliado quando conclui o curso de Letras na
Universidade Regional do Cariri (URCA) e dedica um capítulo especial a Benigna
no trabalho intitulado “Resgatando a Memória de Santana do Cariri” (1994) e inaugura
dentro da Casa do Coronel Felinto Cruz em 1998 uma sala com objetos pessoais
dela, como o pote e o vestido usado, além de documentos importantes que contam
sua trajetória.
Dez
anos antes do lançamento do livro analisado, nasce aquilo seria o embrião da “Romaria de Benigna” influenciado e idealizado
por Ary Gomes. Tudo começou com uma missa no local onde ela faleceu.
Resgatando uma História de Fé: Benigna é
tudo isso já exposto e um pouco mais. É outrossim uma demonstração da luta do
autor para que esta jovem que segundo seus devotos morreu para não pegar seja
transformada em beata. Parafraseando Sandro “este livro, mais cronológico do
que analítico, procura passo a passo, mostrar toda essa instigante, desafiadora
e também difícil trajetória do movimento em prol da beatificação dessa Serva de
Deus santanense” que se consumado poderá ser a primeira beata do Estado.
Este
livro que conclui a leitura em 2019 foi um presente que ganhei do próprio autor
em 2018 quando fui ministrar uma palestra sobre “O respeito ao outro como forma de
evitar vários tipos de violência” na Escola Hermano Chaves Franck, no
Sitio Pedra Branca (Santana do Cariri).
Por Nicolau Neto