A pandemia do novo coronavírus já atingiu quase 17 mil pessoas e levou mais de 1.100 à
morte somente no Ceará. Todavia, em algumas cidades o cenário têm sido
muito diferente da média do Estado: 11 municípios registraram a
recuperação de todos os pacientes diagnosticados com a Covid-19, segundo
dados retirados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do
Estado (Sesa), na noite deste domingo, 10. Fortaleza tem quase metade
dos pacientes já curados. Vale lembrar que há a subnotificação, já que a
quantidade de testes são limitados.
Em Antonina do Norte (1 caso), Araripe (1
caso), Assaré (1 caso), Catunda (1 caso), Chaval (1 caso), Jardim (1
caso), Porteiras (1 caso), Quixelô (2 casos), Pereiro (4 casos) e Nova
Olinda (7 casos), todos os registros confirmados de contaminação por
coronavírus resultaram na cura dos pacientes. Exceto por Antonina do
Norte, todas as cidades ainda possuem casos sob investigação, aguardando
resultados de exames, mas no momento não há registro de pessoas com
confirmação do coronavírus nestes municípios.
Em outras 16 cidades, o índice de cura já supera 70%
dos casos contabilizados. São elas: Barbalha (8 casos, 7 recuperações,
87,5%), Meruoca (8 casos, 7 recuperações, 87,5%), Guaraciaba do Norte (6
casos, 5 recuperações, 83,3%), Arneiroz (15 casos, 12 recuperações,
80%), Pentecoste (14 casos, 11 recuperações, 78,6%), Limoeiro do Norte
(36 casos, 28 recuperações, 77,8%), Solonópole (9 casos, 7 recuperações,
77,8%), Crateús (30 casos, 23 recuperações, 76,7%), Frecheirinha (8
casos, 6 recuperações, 75%), Independência (4 casos, 3 recuperações,
75%), Jaguaruana (8 casos, 6 recuperações, 75%), Marco (4 casos, 3
recuperações, 75%), Potiretama (4 casos, 3 recuperações, 75%), Senador
Pompeu (8 casos, 6 recuperações, 75%), Alcântaras (14 casos, 10
recuperações, 71,4%) e Barroquinha (7 casos, 5 recuperações, 71,4%).
o Povo
Taxa de óbitos
Em uma situação aparentemente contraditória, alguns
destes municípios apresentam também alta taxa de mortes pela doença:
Independência (1 óbito, 25% de letalidade), Pentecoste (2 óbitos, 14,3%
de letalidade), Jaguaruana (1 óbito, 12,5% de letalidade), Solonópole (1
óbito, 11,1% de letalidade) e Alcântaras (1 óbito, 7,14% de
letalidade). Todas estão entre as 60 cidades com maior taxa de mortes, e
acima da média estadual, de 6,7%.
Isso é explicado pela pouca quantidade de casos em cada
município: em Independência, por exemplo, três pacientes se recuperaram
e um morreu. Tanto a taxa de recuperação (75%) quanto a de mortes (25%)
é alta pois, em cidades com poucas confirmações da doença, cada óbito
ou cura tem peso muito alto nos percentuais.
Subnotificação
Outra questão importante é a subnotificação. De acordo com estudo realizado em abril,
o País havia testado apenas 296 pessoas por milhão de habitantes,
número extremamente pequeno. No Ceará, até o momento, a taxa é de 4.800
exames por milhão de habitantes, segundo dados da Secretaria da Saúde do
Ceará (Sesa). Até o final de abril, o índice era o segundo maior em todo o País, atrás apenas de São Paulo.
Embora muito acima da taxa nacional, o número ainda é
inferior ao de países como a Alemanha, com quase 16 mil testes
realizados por milhão de habitantes, e a Coreia do Sul, com 12,7 mil
testes por milhão de habitantes.
A baixa disponibilidade de exames e as dificuldades de atendimento em unidades de saúde
dificultam na compreensão do alcance da doença. As orientações
oficiais, dos governos federal, estadual e municipal, são para que
pessoas com sintomas leves permaneçam em casa, mas mesmo indivíduos com
falta de ar e dores no pulmão por vezes não conseguem ser atendidos ou realizar exames.