Segundo a PM, cinco dos mortos estavam
em confronto com os agentes. Moradores relatam intenso confronto e
barulho de bombas. Fotos mostram corpos sendo carregados por moradores.
A Delegacia de Homicídios investiga a
morte de 12 pessoas nesta sexta-feira (15) no Complexo do Alemão, Zona
Norte do Rio. A comunidade foi local de intenso tiroteio durante uma
operação integrada das polícias Civil e Militar.
Durante a operação, um PM foi ferido por
estilhaços, sem gravidade. Oito fuzis foram apreendidos, além de
munições, granadas e drogas.
O Hospital Estadual Getúlio Vargas, na
Penha, na Zona Norte, recebeu quatro baleados. Três deles morreram e um
continuava internado na tarde desta sexta-feira (15).
O Hospital Geral de Bonsucesso, também
na Zona Norte, informou que atendeu baleados da mesma operação. Duas
pessoas morreram na unidade.
De acordo com a polícia, cinco mortos
são suspeitos. Um deles é Leonardo Serpa de Jesus, conhecido como Léo
Marrinha, chefe do tráfico no morro da Providência. A Polícia Civil
investiga se líderes de outros morros pertencentes à mesma facção estão
escondidos no Complexo do Alemão.
A operação tinha o objetivo de encontrar
um paiol onde suspeitos esconderiam armas, munições e drogas, além de
encontrar traficantes.
Moradores da comunidade afirmaram que a
polícia negou levar os corpos até a parte baixa da comunidade. Nas redes
sociais, o jornal Voz das Comunidades informou que moradores fizeram
denúncias sobre agressão policial.
Às 7h45, imagens do Globocop mostraram a
movimentação de militares, armados com fuzis, pelas ruas da localidade
conhecida como Alvorada. Pelas redes sociais, moradores informavam que
os confrontos começaram logo no início da manhã, junto com som de
bombas.
Segundo o porta-voz da PM, coronel Mauro
Fliess, um policial militar foi atingido sem gravidade por estilhaços
durante confronto na localidade Loteamento.
Devido aos disparos em transformadores, áreas das comunidades Fazendinha, Nova Brasília, Grota e Loteamento ficaram sem luz.
No mesmo horário, um veículo blindado da
PM tentava passar pelas ruas estreitas do Alemão, que tinham barras de
ferro para dificultar a movimentação dos agentes.
A Delegacia de Homicídios da Capital
(DHC) informou que instaurou inquérito para apurar cinco mortes por
intervenção de agentes do estado durante operação no Complexo do Alemão,
nesta sexta.
A unidade apura ainda as circunstâncias da morte de outras sete pessoas no conjunto de favelas encontradas sem vida nesta sexta.
Ainda na manhã desta sexta-feira (15),
policiais do 4º BPM (São Cristóvão) faziam uma operação na comunidade do
São Carlos, na Zona Norte da cidade.
Desde as primeiras horas da manhã,
moradores também relataram intenso tiroteio na região, no bairro do
Estácio. Não havia informações oficiais sobre prisões ou apreensões até a
última atualização desta reportagem.
Em nota, o Centro de Estudos de
Segurança e Cidadania e do Observatório da Segurança RJ ressaltou que o
estado deveria estar concentrado em salvar vidas.
"A operação policial realizada hoje no
Complexo do Alemão que deixou 12 mortos é um momento chocante da
história da segurança pública no Rio de Janeiro. Políticas baseadas no
confronto armado e não em inteligência e prevenção estão destinadas ao
fracasso. Os grupos armados locais não se enfraquecem e a polícia se
brutaliza", dizia a nota.
Fonte: G1
Foto: Ricardo Moraes/Reuters