Nos últimos meses, histórias de superação
de pessoas que foram infectadas com a Covid-19 dão esperança em meio à
devastação causada pela pandemia. No Ceará, 53.905 pessoas já estão
recuperadas da doença. Isso corresponde a 71% dos cearenses que foram
diagnosticados com o novo coronavírus. O Ceará chegou a 75.784 casos
confirmados da infecção, conforme dados atualizados às 17h48min de
ontem, 12, pela plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará
(Sesa).
Do total de recuperações, 48.913 (90,74%) constituem
"casos confirmados para Covid-19 que evoluíram para cura" e 4.992
(9,26%) foram "casos hospitalizados confirmados que tiveram alta
hospitalar ou desfecho de cura". Isso segundo dados alimentados pelo
e-uSUS Vigilância Epidemiológica (e-SUS VE) e pelo Sistema de Informação
da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe).
Do total de recuperados, pessoas com idade entre 25 e
49 anos são 29%. As pessoas com 60 anos ou mais — faixa etária de risco,
que corresponde ao maior número de óbitos — são 21% dos curados da
Covid-19. Os casos que evoluíram para a cura são 21.253 (39,4%) de
residentes em Fortaleza e 32.653 (60,6%) de outros municípios.
Conforme o infectologista Anastácio Queiroz, professor
da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC),
a taxa de pessoas recuperadas é boa mas ainda não o suficiente. "A
gente fica querendo saber o que acontece com esses 30%. É difícil falar
de recuperados no setor público. Quem vai para o setor público, quando
melhora, não necessariamente volta. Pode ser melhor. A não ser quando
está internado, que tem a alta e fica registrado", pontua.
O médico destaca que, com os aprendizados adquiridos
com relação à doença, "hoje, qualquer que seja o local, a possibilidade
de recuperação é maior do que em março". O início de intervenção
terapêutica precoce é um dos fatores determinantes para a recuperação,
principalmente nos casos dos grupos de risco: pessoas com mais de 60
anos ou comorbidades.
Ele explica que o nível de exposição ao vírus também
interfere na evolução do quadro clínico. "Uma coisa é se infectar por um
contato só, por uma pessoa que tosse uma vez, outra coisa é a exposição
durante muitos dias, várias vezes. Principalmente quem trabalha com
pessoas muito contaminadas", destaca.
Os sintomas mais recorrentes entre os pacientes
hospitalizados com Covid-19 no Ceará são febre (77,3%), tosse (76,1%),
dispneia, ou seja, falta de ar, (75,6%), desconforto respiratório
(53,7%) e queda da saturação de oxigênio (51,3%). A informação é do
boletim epidemiológico mais recente divulgado pela Sesa na última
terça-feira, 9.
Segundo balanço do IntegraSUS, foram registradas 4.812
mortes no Estado. A letalidade, que é a quantidade de pessoas que
morreram pela doença em relação à quantidade de infectados por ela, é de
6,3% do Ceará. Foram 1.092 novos casos e 104 óbitos a mais que os
totais registrados na última atualização da quinta-feira, 11. Das mortes
registradas, 10 ocorreram nas últimas 24 horas. São 53.475 casos que
seguem em investigação. Além disso, já chega a 176.082 o número de
exames realizados no Estado.
o Povo