A versão 2020 do São João vai ser em casa.
Mas mesmo com a pandemia do novo coronavírus, empresas se mobilizaram
para trazer a festa para o lar dos cearenses, com entrega das comidas via delivery e venda de produtos típicos nos supermercados.
O diretor do grupo Menu Brands, que administra o
restaurante Típico Brasil, Tiago Diógenes, reforça a importância de
proporcionar uma experiência interessante ao consumidor no período
junino. "A nossa intenção é levar ao cliente um momento bacana.
Trabalhamos com a perspectiva da comida afetiva, tanto que já temos no
cardápio pratos típicos da festa junina. Então nós preparamos uma
surpresa aos nossos clientes, que consiste em embalar as comidas em tecido chita (usado em roupas de São João) e também levar milho cozido como cortesia".
Além de pedidos de comidas prontas via delivery, há
também a opção de preparar receitas em casa. O gerente comercial dos
Mercadinhos São Luiz, Evaldo Carneiro, espera um aumento de vendas para
este período de festa junina. "Por ser um momento bem diferente de tudo
que já vivemos, não temos uma expectativa definida, em termos
percentuais, mas acreditamos no crescimento das vendas
de produtos como floco de milho, coco, milho, fermento, farinha, entre
outros insumos básicos utilizados nas receitas juninas", detalha.
Já o dono da rede Pinheiro Supermercado, Honório Pinheiro, aposta em um cardápio com comidas juninas para atrair o interesse do consumidor.
"Em todas as nossas lojas, nós temos o menu do São João. Comidas
preparadas para as pessoas levarem para comer em casa, tendo em vista
que a área de gastronomia das lojas estão fechadas. Esperamos uma venda
razoável dessas comidas, visto que a cultura dos pratos é muito forte no
Estado".
"As vendas dos supermercados cresceram em torno 15% nos últimos meses. O desempenho de vendas do período junino ainda é uma surpresa,
não sabemos como o consumidor vai se comportar. Entretanto, é bem
provável que tenha um crescimento durante o São João também aliado à
tendência de aumento já observada no momento atual", ressalta o diretor
de Patrimônio da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Engel
Rocha.
E apesar de ausência das festas no Estado, a
comemoração não deixará de acontecer, conforme destaca a auxiliar de
almoxarifado, Letícia Fonseca, 20. "Neste ano, o São João vai ser bem
diferente do que nos outros. A minha família sempre gostou bastante de
comemorar essa data, mas devido à pandemia, tivemos que repensar e
inovar nas comemorações. Estamos organizando um São João em casa, vamos colocar músicas ou assistir alguma live com esse tema, algumas decorações improvisadas, além de pedir comida típica via delivery e preparar algum prato em casa".
Para o economista Ricardo Eleutério, são inevitáveis os
impactos econômicos causados com a não realização dos festejos. "A
ausência do São João tradicional terá um impacto negativo sobre renda,
emprego e arrecadação tributária, bem como as outras atividades
interrompidas. O evento gera comercialização de bebidas, alimentos, produção de roupas.
Com a não realização, temos renda e geração de emprego menor. Até os
empregos transitórios gerados neste período não existirão neste ano".
Pedidos
Dentre as comidas mais pedidas no São João estão:
bolo de milho verde, cuscuz, canjica, pamonha, quebra queixo, pé de
moleque e vatapá.
O O POVO