Avigorar a partir de hoje, a terceira etapa do plano de retomada das atividades econômicas deve alcançar 85% do total de trabalhadores formais no Ceará, mesmo após restrições do setor de alimentação fora do lar. O percentual, porém, está abaixo dos 92% previstos inicialmente pelo Governo.
Segundo o secretário-executivo de Planejamento e Orçamento da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), Flávio Ataliba, cerca de 600 mil empregos foram suspensos em razão da pandemia no Estado. O número corresponde a 60% de todo o mercado formal cearense, cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho.
"Com o funcionamento do Decreto de 4 de julho último, com a terceira fase em Fortaleza, a segunda em vários municípios da Região Metropolitana e outros no Interior, que passaram para a primeira fase, a economia já é capaz de recuperar 25 pontos percentuais dos 40% restantes. É um grande avanço que já foi conquistado, mas precisamos seguir com muita cautela, dado que as próximas atividades são bastante sensíveis a aglomerações", diz.
No projeto divulgado inicialmente, estava previsto que o período de transição levaria mais 66 mil profissionais ao retorno das funções, seguido de 85 mil (1ª) e 131 mil (2ª).
Insatisfação entre empresários do setor de alimentação fora do lar
Nesta terceira etapa, seriam 175 mil. Destes, 10 mil eram do setor de alimentação fora do lar, na Grande Fortaleza, além dos 3,8 mil no Interior. No entanto, o Governo recuou da reabertura de bares e barracas de praia devido alta nos indicadores de casos. Decisão que gerou insatisfação do empresariado. Na quarta, votariam mais 123 mil pessoas, totalizando 582,3 mil trabalhadores.
A presidente da Associação de Barracas da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, afirma que o segmento recebeu a notícia "com muito estranheza. "Precisamos saber quais as razões para a exclusão. Temos e criamos todas as condições para retomar nossa atividade com segurança", observa, reforçando que os estabelecimentos estão preparados para a retomada.
Segundo ela, os empresários investiram em treinamento para gestores e equipes se adequarem às questões de higienização dos espaços internos e externos, além do de todo mobiliário, equipamentos e utensílios. "Mantivemos 90% da nossa equipe empregada, mesmo a duras penas. Negociamos com os fornecedores mais acessíveis. Muitos venderam seus carros e outros pequenos bens para se manterem de pé".
Rodolphe Trindade, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), reitera que os protocolos rígidos geraram custo aos estabelecimentos, que já amargaram queda total do faturamento. "Funcionários de férias coletivas foram chamados de volta, muitos atrás de empréstimos. A situação é desesperadora", relata.
Importância do isolamento social
O médico infectologista do Hospital São José, Keny Colares, pondera que o ideal seria manter o isolamento social até que fosse eliminado qualquer possibilidade de uma segunda ontem.
"A aglomeração deve continuar sendo evitada. No caso de praias, o consumo de bebidas alcoólicas pode levar ao relaxamento nos cuidados. Numa igreja, no entanto, por ser um ambiente fechado, pode ser tornar mais aglomerada, mas isso dependerá do controle do público. Mas, certamente, o risco em ambientes fechados é maior", avalia.
Keny frisa que a população precisa cumprir o isolamento social. Se for necessário sair de casa, cuidados como o distanciamento de 1 metro entre as pessoas, uso de máscara, higienização das mãos com frequência e usos álcool em gel em gel devem ser mantidos.